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Política

Capa da 'Time', Lula diz que presidente da Ucrânia 'quis a guerra'

Petista afirmou que Zelensky 'é tão responsável quanto Putin'; ele também responsabiliza os Estados Unidos e a União Europeia pelo conflito

4 mai 2022 - 09h35
(atualizado às 12h07)
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Depois de dizer que aborto deveria ser tratado como questão de saúde pública, ex-presidente Lula foi alertado por aliados a medir suas palavras sobre o assunto.
Depois de dizer que aborto deveria ser tratado como questão de saúde pública, ex-presidente Lula foi alertado por aliados a medir suas palavras sobre o assunto.
Foto: Reprodução/Facebook / Estadão

A revista Time destacou a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cenário político brasileiro na reportagem de capa da edição desta semana. Em entrevista ao periódico americano no final de março, o petista responsabilizou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, a União Europeia e os Estados Unidos pela guerra em curso na Ucrânia.

Lula, porém, ressaltou o papel de Zelenski no conflito. "Esse cara (Zelenski) é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado", disse o petista. "(...) o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo."

Lula afirmou ainda que, se fosse presidente do Brasil, teria ligado para o presidente americano Joe Biden, para Putin, para a Alemanha e para o presidente da França Emmanuel Macron para tentar resolver o conflito de forma diplomática.

"Putin não deveria ter invadido a Ucrânia. Mas não é só o Putin que é culpado, são culpados os Estados Unidos e é culpada a União Europeia. Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a OTAN? Os Estados Unidos e a Europa poderiam ter dito: 'A Ucrânia não vai entrar na OTAN'. Estaria resolvido o problema", afirmou o petista.

Capa da revista TIME com o ex-presidente Lula.
Capa da revista TIME com o ex-presidente Lula.
Foto: Reprodução/Twitter / Estadão

Na versão em inglês, o título atribuiu a corrida presidencial deste ano como "o segundo ato de "Lula", chamado de "presidente mais popular do Brasil". A matéria assinada pela jornalista Cyara Nugent traça um perfil do retorno do petista à disputa política após passar 580 dias preso no âmbito da operação Lava Jato. Ela cita, por exemplo, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou uma série de condenações da operação e declarou a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro no caso.

Os confrontos entre Bolsonaro e o STF também foram citados pela revista, que fez um paralelo entre ele e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

"Em abril, ele (Bolsonaro) sugeriu que as eleições poderiam ser 'suspensas' se 'algo anormal acontecer'. Se ele perder, alertam os analistas, é provável que haja uma versão brasileira do motim de 6 de janeiro. Se ele vencer, as instituições brasileiras podem não aguentar mais quatro anos de seu governo", escreveu.

Em entrevista à Time, Lula assumiu discurso eleitoral. Ele chegou a citar o jogador de futebol americano Tom Brady, que ganhou diversos títulos na liga nacional do esporte. "Ele é o melhor jogador do mundo há muito tempo, mas em cada jogo, seus fãs exigem que ele jogue melhor do que no último. Para mim, com a presidência, é a mesma coisa. Só estou correndo porque posso fazer melhor do que antes."

Estadão
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