Bastidores do almoço da Febraban aponta que Banqueiros tratam Vorcaro e Bolsonaro como ‘liquidados’
Evento anual foi realizado nesta segunda-feira, 24; tanto Bolsonaro quanto dono do Master são assuntos 'não ditos' em reunião
Banqueiros consideram Daniel Vorcaro e Jair Bolsonaro como "liquidados" após suas prisões; agentes do setor discutiram os impactos no setor financeiro durante almoço da Febraban, e destacaram a ação de autoridades que reforçam combate à corrupção e defesa da integridade bancária.
Os bastidores do almoço anual da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), nesta segunda-feira, 24, apontam que são os ‘liquidados’ da vez: o dono do Master, Daniel Vorcaro, preso no último dia 18, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso neste sábado, 22.
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A colunista do Estadão Roseann Kennedy afirma que na sala VIP do encontro, com os maiores banqueiros do país, a conversa girava em torno de como e em quanto tempo será possível fazer a recuperação da liquidez do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) após a liquidação do Master.
“Vorcaro era problema até a liquidação do banco, agora ele é assunto liquidado”, resumiu um banqueiro sob a condição de anonimato. Outros relatos dão o mesmo posicionamento sobre Bolsonaro. “Da forma que ocorreu, com ferro de solda na tornozeleira eletrônica, não há nem o que falar”, afirmou outro participante.
Quando o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, chegou e abriu o evento, destacou o papel da instituição em combater fraudes. Ele também elogiou a Polícia Federal e o Ministério Público, órgãos que atuaram na Operação Carbono Oculto, que revelou o uso de fintechs para a lavagem de dinheiro do crime organizado.
Galípolo destacou destacou a atuação dos mecanismos de controle e, sem citar o Master, declarou que os bancos são instituições falíveis. “Acontece nos Estados Unidos, na Suíça. O importante é aprendermos e inovarmos para não repetirmos problemas”, complementou.
Também sem mencionar o banco de Vorcaro e as fintechs envolvidas no escândalo de lavagem de dinheiro, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, refletiu que o setor bancário precisa de integridade e solidez, e só prospera com ética. “Um setor bancário forte depende de um setor regulador forte”, acrescentou.
Prisão de Bolsonaro
Na madrugada de sábado, o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a ocorrência de violação do equipamento eletrônico de Bolsonaro, levando à decretação de sua prisão preventiva por risco de fuga. Posteriormente, o próprio ex-presidente confessou a tentativa de violar o objetivo.
Ele passou por audiência de custódia no domingo, 23, na qual foi mantida a prisão do ex-mandatário. Em manifestação ao STF, a defesa de Bolsonaro disse que, mesmo queimando a tornozeleira, ele não retirou o equipamento. Além disso, reforçou o que havia sido dito pelo ex-presidente em audiência de custódia, apontando "efeitos colaterais em razão das diferentes medicações prescritas". Segundo a defesa, isso levou a "pensamentos persecutórios e distantes da realidade".
Na manhã desta segunda-feira, 24, a Primeira Turma do STF foi unânime na decisão de manter a prisão preventiva do ex-presidente. A medida cautelar foi decidida de forma monocrática por Alexandre de Moraes para, posteriormente, ser analisada pela Corte.