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Política

Manifestantes na Paulista protestam contra Congresso, Motta e PL da dosimetria

Segundo levantamento, manifestação reuniu 13,7 mil pessoas, público menor do que o ato de setembro contra a PEC da Blindagem

14 dez 2025 - 15h10
(atualizado às 19h01)
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Movimentos sociais, partidos de esquerda e centrais sindicais realizam neste domingo, 14, um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, contra o chamado PL da Dosimetria, aprovado pela Câmara dos Deputados na última semana. Também foram organizadas manifestações em outras capitais pelo País.

O texto reduz o tempo de prisão de condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e de réus sentenciados na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Manifestantes fazem um protesto contra o PL da dosimetria, no MASP na Avenida Paulista em São Paulo, neste domingo, 14 de dezembro de 2025
Manifestantes fazem um protesto contra o PL da dosimetria, no MASP na Avenida Paulista em São Paulo, neste domingo, 14 de dezembro de 2025
Foto: Fábio Vieira/Estadão / Estadão

Segundo levantamento do "Monitor do Debate Político" do Cebrap/USP e da ONG More in Common, o protesto na Paulista reuniu público estimado de 13,7 mil pessoas. O cálculo feito com base em imagens aéreas do ato tem margem de erro de 12%. Assim, a manifestação pode ter mobilizado entre 12,1 mil e 15,4 mil participantes.

Em setembro, o Monitor havia estimado público de 42,9 mil pessoas no protesto contra a PEC da Blindagem. O mesmo ocorreu no Rio de Janeiro, onde o público neste domingo também foi menor do que o de setembro.

A mobilização em São Paulo faz parte de uma série de protestos previstos para outras capitais, como Rio de Janeiro. Os atos começaram a ser articulados após a aprovação do PL da Dosimetria, na madrugada de quarta-feira, 10. O texto ainda será apreciado pelo Senado.

Imagem aérea feita por drone da manifestação na Paulista neste domingo, 14
Imagem aérea feita por drone da manifestação na Paulista neste domingo, 14
Foto: Fábio Vieira/Estadão / Estadão

Na capital paulista, a concentração ocorre em frente ao Masp, com a participação de lideranças políticas, e representantes de movimentos sociais.

O ato teve a participação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da Reoública, Guilherme Boulos. Em discurso, ele criticou a aprovação do PL da Dosimetria e afirmou que o texto funciona como uma "anistia envergonhada" aos envolvidos na tentativa de golpe e aos condenados da trama golpista.

Para o ministro, o projeto foi aprovado "na calada da noite" porque seus defensores não teriam força política para aprovar uma anistia "ampla, geral e irrestrita".

Boulos afirmou que a mobilização tem como objetivo barrar qualquer forma de anistia e defendeu a manutenção das condenações impostas pelo Supremo Tribunal Federal. "Golpista bom é golpista preso", disse.

Guilherme Boulos, Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência em protesto contra PL da dosemetria, no MASP na Avenida Paulista em São Paulo, neste domingo, 14 de dezembro de 2025
Guilherme Boulos, Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência em protesto contra PL da dosemetria, no MASP na Avenida Paulista em São Paulo, neste domingo, 14 de dezembro de 2025
Foto: Fábio Vieira/Estadão / Estadão

O ministro também vinculou a mobilização de rua à agenda do governo para 2026. Em sua avaliação, o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é avançar em pautas como o fim da escala 6x1, a ampliação de direitos trabalhistas e a taxação de bilionários e banqueiros.

Na mesma linha, a deputada federal Erika Hilton afirmou que a mobilização nas ruas é uma resposta direta às pautas recentes do Congresso, que classificou como desconectadas da vontade popular. Para a parlamentar, a anistia seria uma pauta de um grupo "minoritário e barulhento", sem apoio da maioria da população. "O povo brasileiro não quer anistia", disse.

Erika também criticou a atuação da Câmara dos Deputados no caso da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que anunciou neste domingo a renúncia ao mandato. Segundo ela, Zambelli teve uma postura mais "digna" do que a própria Casa ao abrir mão do cargo após a condenação.

A deputada federal afirmou ainda que a decisão da Câmara de manter o mandato de Zambelli, apesar da condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal, demonstrou desrespeito às decisões judiciais.

"A Carla Zambelli teve a condição de ser mais digna do que o presidente da Câmara. A Carla Zambelli entendeu a sua condição de condenada num processo em trânsito julgado por perseguir armada um jovem, por tentar Invadir o sistema de injustiça e escreveu uma carta para pedir que não deveria mais continuar o seu mandato. Enquanto a Câmara dos Deputados, que deveria ter respeito às decisões judiciais e ao povo brasileiro, votou na calada da madrugada a permanência do mandato dela", disse.

Entre faixas e cartazes levados pelos manifestantes, há críticas ao Congresso e ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), além de protestos contra a anistia e mensagens em apoio à condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão na ação penal sobre a tentativa de golpe.

Manifestantes fazem um protesto contra o PL da dosemetria na avenida Paulista em São Paulo
Manifestantes fazem um protesto contra o PL da dosemetria na avenida Paulista em São Paulo
Foto: Fábio Vieira/Estadão / Estadão

Os protestos são organizados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas ao PSOL e ao PT, e reúnem movimentos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e a CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Como mostrou o Estadão, o PL da Dosimetria reduz as penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal e acelera a progressão de regime dos condenados no núcleo central da trama golpista. No caso de Bolsonaro, a pena cairia de 27 anos e 3 meses para 22 anos e 1 mês, permitindo ao ex-presidente pedir progressão para o regime semiaberto após cerca de 3 anos e 8 meses de cumprimento.

A proposta foi aprovada por 291 votos a favor e 148 contra e revisa a forma como o STF calcula as penas dos réus do 8 de Janeiro.

O texto propõe quatro mudanças centrais: proíbe a soma das penas para crimes contra o Estado Democrático de Direito praticados no mesmo contexto; reduz em até dois terços a punição de quem atuou em "contexto de multidão", desde que sem liderança ou financiamento; restabelece a regra geral de progressão após o cumprimento de 1/6 da pena; e autoriza o abatimento de dias por estudo ou trabalho, mesmo quando o condenado cumpre pena em regime domiciliar.

Estadão
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