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Polícia

Ciclista atropelado na Paulista sonhava em ser segurança, diz mãe

13 mar 2013 - 15h48
(atualizado às 15h55)
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Mãe mostra carteira de identidade de David Santos Souza, ciclista de 21 anos que perdeu o braço ao ser atropelado na avenida Paulista
Mãe mostra carteira de identidade de David Santos Souza, ciclista de 21 anos que perdeu o braço ao ser atropelado na avenida Paulista
Foto: Daniel Fernandes / Terra

Ao lado do advogado Ademar Gomes, Antônia Ferreira dos Santos, mãe do ciclista David Santos Sousa, que foi atropelado e teve seu braço arrancado pelo carro do estudante de Psicologia Alex Siwek no último domingo, afirmou, nesta quarta-feira, que seu filho tinha o sonho de trabalhar como segurança. De acordo com ela, aos 21 anos, David ia de bicicleta ao trabalho para economizar dinheiro para fazer um curso técnico de segurança.

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“Uma ex-namorada dele esteve lá no hospital e me ligou dizendo que o David não desistiu do sonho de terminar o ensino médio e começar a fazer um curso técnico de segurança. Ele está bem empenhado em fazer esse curso”, afirmou.

Quando questionada se sabia como o filho se sentia a respeito de ter o braço arrancado no atropelamento, dona Antônia afirmou que não teve tempo de ficar com o filho, pois passou mal nos últimos dois dias. “A reação dele foi falar que o braço dele ainda está ali, que ele sente que ainda está ali”, disse.

O atropelamento do limpador de vidros David Santos Souza, que teve o braço amputado ao ser atingido por um Honda Fit em alta velocidade na ciclofaixa da avenida Paulista, em São Paulo, no dia 10 de março de 2013, causou revolta e comoção em todo o País. Porém, trata-se apenas de mais um capítulo em uma série de acidentes graves que vitimaram ciclistas no Brasil nos últimos anos. Veja nesta galeria alguns dos acidentes envolvendo ciclistas que marcaram o Brasil
O atropelamento do limpador de vidros David Santos Souza, que teve o braço amputado ao ser atingido por um Honda Fit em alta velocidade na ciclofaixa da avenida Paulista, em São Paulo, no dia 10 de março de 2013, causou revolta e comoção em todo o País. Porém, trata-se apenas de mais um capítulo em uma série de acidentes graves que vitimaram ciclistas no Brasil nos últimos anos. Veja nesta galeria alguns dos acidentes envolvendo ciclistas que marcaram o Brasil
Foto: Fabio Condutta / Terra

A mãe da vítima torce para que David se mantenha com “a cabeça erguida”. “Muitas coisas ele não vai mais conseguir fazer, mas ele é novo, forte e muito esforçado”, explicou. Ela disse ainda que receberia a família do estudante Alex, que atropelou David, sem problemas, mas que torce para que ele continue preso. “Espero que ele seja punido pelo que fez, mas quem tem que perdoar ele é Deus e não nós”, completou.

Sem previsão de alta e internado no Hospital das Clínicas, David teve o braço arrancado pelo Honda Fit de Alex um pouco abaixo do ombro. Dona Antônia afirmou que uma empresa já entrou em contato com a sua família para fazer a doação de uma prótese.

“O estado dele é um pouco instável, mas em relação ao emocional ele está fazendo o possível para seguir a vida. Está muito abalado”, disse a mãe do ciclista.

Advogado ataca motorista

Durante a entrevista concedida nesta quarta-feira para esclarecer pontos a respeito do fato que ocorreu no domingo, o advogado Ademar Gomes chegou a afirmar que o estudante Alex Siwek pode ser psicopata.

“O rapaz (David) foi vítima e houve a má fé por ter jogado o braço no rio. Ele estava alcoolizado ou tem má índole ou é psicopata. Ele jogou o braço em um rio. Além disso, ele vinha, segundo consta pelas testemunhas, em alta velocidade”, afirmou o advogado.

O advogado afirmou ainda que tentará manter a decisão de que houve uma tentativa de homicídio e que o caso deveria ser levado a júri popular. Porém, existe a possibilidade de o caso ser caracterizado apenas como lesão corporal.

“Vamos entrar com recurso dizendo que a competência é do júri. Entendemos que é homicídio. Ele estava consciente que não podia dirigir, estava em alta velocidade e já havia os cones na ciclovia. Ele assumiu o risco de matar. Não pode dizer que não sabia. A Lei Seca proíbe dirigir alcoolizado e isso foi demonstrado por testemunhas. Não tem por que o juiz singular julgar esse caso”, explicou Gomes.

O acidente

David ia de bicicleta para o trabalho na madrugada de domingo quando foi atropelado por Alex e teve parte de seu braço amputado. Após o acidente, o universitário fugiu do local sem prestar socorro à vítima, com o braço do limpador de vidros dentro de seu carro. Ele ainda jogou o membro em um córrego próximo à avenida Doutor Ricardo Jafet. 

Depois de se entregar à polícia, o estudante se negou a fazer exame de bafômetro, de sangue e urina, e só realizou o exame clínico no Instituto Médico Legal (IML) às 11h21, mais de cinco horas depois do acidente. Testemunhas disseram que Alex apresentava sinais de embriaguez, e que ele dirigia em alta velocidade pela avenida Paulista, cortando os outros veículos, antes de atropelar David. 

No exame, já entregue à polícia, a médica afirma que o atropelador apresentava sinais de embriaguez, mas negou que Alex estivesse embriagado. A polícia pretende ouvi-la para esclarecer a situação. 

A comanda deixada por Alex na casa noturna Josephine, no Itaim Bibi, onde o jovem esteve na noite do acidente, mostra que ele consumiu três doses de vodca e um energético. A polícia ainda não conseguiu localizar gravações que mostrem o momento do acidente, e ainda está à procura de imagens. 

Fonte: Terra
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