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Polícia

Amotinados que atiraram em Cid ocupam outro quartel da PM

Batalhão abriga sede da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) e Batalhão das Rondas de Ações Integradas Ostensivas (BPRaio)

21 fev 2020 - 11h40
(atualizado às 12h03)
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SOBRAL - Ao menos 40 policiais militares encapuzados mantém viaturas e motos da Polícia Militar do Ceará apreendidas em um dos batalhões da corporação em Sobral, norte do Estado, desde a madrugada desta sexta-feira, 21. O grupo é o de amotinados que, na quarta-feira, protagonizou a confusão que terminou com o senador licenciado Cid Gomes (PDT) ferido por tiros de arma de fogo.

"Na quarta, depois de todo aquele ocorrido lamentável, tivemos a informação de que viria o batalhão de choque, viriam outros batalhões, todas a viaturas, aquele aparato do governador, para dar aquela satisfação, então gerou toda uma situação que, pela fragilidade, a gente achou melhor esvaziar naquele momento, mas sabendo que em outra etapa a gente iria voltar. Então, à zero hora, viemos para cá", disse o Sargento Ailton (SD), ex-PM e vereador da cidade que lidera o motim em Sobral.

Policiais militares encapuzados e sem farda se reúnem em protesto na cidade de Fortaleza, na quarta-feira (19)
Policiais militares encapuzados e sem farda se reúnem em protesto na cidade de Fortaleza, na quarta-feira (19)
Foto: JOÃO DIJORGE/PHOTOPRESS / Estadão

O batalhão ocupado abriga a sede da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) e o Batalhão das Rondas de Ações Integradas Ostensivas (BPRaio), que faz a o patrulhamento de motocicletas.

Diferentemente da quarta-feira, desta vez a ação não teve toque de recolher na cidade, o que fez que a ocupação não alterasse o cotidiano da cidade. O batalhão que havia sido ocupado antes fica bem no centro de Sobral, enquanto o que está ocupado nesta sexta fica nos limites da área urbana da cidade, no bairro Derby Clube.

Sargento Ailton afirma que a decisão de determinar o fechamento do comércio foi um erro, mas disse ao Estado que a ação não tinha intuito de causar pânico. Ele disse que Cid Gomes havia feito uso político do caso ao ir para o batalhão com uma retroescavadeira, e que o disparo contra o senador foi um ato de legítima defesa.

"Atirar para matar não quer dizer que você vai ser condenado. O caso pode ser até arquivado. Até se o tiro for na cabeça. Isso se é a última opção da pessoa, ela precisa se salvar, preservação imediata, quase instintiva. Você vai fazer qualquer coisa para cessar a ameaça", afirmou o sargento, ao contestar as ações do senador.

"Se atirou e a pessoa veio a óbito, é legítima defesa se tiver material para provar. E ali tinha vídeos e mais vídeos. Se não fosse o disparo, que graças a Deus foi um só um susto..", disse o sargento, ao dizer que o disparo contra Cid foi um caso de legítima defesa.

Mesmo reconhecendo que disparos foram feitos, Ailton questiona a veracidade da informação de que o senador foi ferido à bala. "Tem laudos e a gente inclusive contesta. Não vimos futos na camisa."

O motim não prazo para se encerrar. Os amotinados dizem esperar a abertura de um canal de diálogo com o governador Camilo Santana (PT).

Estadão
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