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IBGE: Centro-Oeste é região que mais reduziu focos de incêndio

1 set 2010 - 10h52
(atualizado às 11h27)
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O Centro-Oeste foi a região que registrou a maior redução de focos de incêndios florestais e queimadas entre 2007 e 2009. No período, o número caiu de 54,1 mil para 12,8 mil, uma diminuição de 73%. Os dados são de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita com base em dados de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Em todo o País, a redução no período foi de 63%. Em 2007, foram verificados 188,6 mil focos de incêndios florestais e queimadas. Em 2009, o total caiu para 60,7 mil. O estado que registrou o maior avanço no combate ao fogo foi o Acre, com uma queda de 93%, seguido por Roraima (85,4%) e Rondônia (84,2%). Em toda a Região Norte, os focos de incêndios florestais diminuíram 62%.

Já nos Estados de Sergipe (121,3%), Paraíba (56,6%) e Alagoas (41%), houve aumento das queimadas. Em todo o Nordeste, no entanto, o problema teve uma redução de 51%.

A pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2010 (IDS-2010) ressalta que as queimadas são a forma mais usada de preparar a terra para a agropecuária no Cerrado e na Amazônia, porque são eficientes e mais baratas do que outras técnicas. "A questão é preocupante, não está equacionada e só será resolvida com negociação com os produtores rurais", disse o técnico do IBGE Judicael Clevelario Junior, ao lembrar que, sob controle, o uso do fogo é permitido pelas leis ambientais.

As queimadas preocupam ainda mais durante o período de seca. No Centro-Oeste, os brigadistas do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, a 260 km de Brasília, estão em alerta 24 horas por dia para controlar focos de incêndio e evitar que chamas destruam a biodiversidade do local, de 65 mil hectares. São vários os pontos de observação dentro e fora do parque. O objetivo é tentar impedir o avanço do fogo que começa em fazendas, às margens de rodovias e pequenas estradas e já consumiu boa parte do Cerrado fora do parque.

"Só perdemos 100 hectares de maio para cá. Mas será muito difícil impedir que pegue fogo no parque este ano. Os acessos (em torno do parque) já foram todos queimados", disse o gerente de Fogo da unidade, Fernando Rebello. "Já apagamos mais de 30 focos e vamos manter a vigilância até o início das chuvas, em setembro, chamando os fiscais para multar os responsáveis pelas chamas". Segundo ele, as queimadas são causadas, principalmente por pecuaristas.

A pesquisa do IBGE alerta que, além de destruírem a biodiversidade, as queimadas são um problema de saúde para o homem. Os poluentes lançados no ar durantes os incêndios provocam problemas respiratórios em várias cidades. No Distrito Federal, onde foram identificados índices altos de poluição, essas taxas "refletem, provavelmente, condições climáticas e queimadas no Entorno de Brasília durante a seca", diz o relatório.

Agência Brasil Agência Brasil
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