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Exército veta entrada de Erundina e I. Valente no antigo prédio do Doi-Codi

18 set 2013 - 00h23
(atualizado às 00h23)
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O Exército vetou nessa terça-feira a entrada dos deputados Luiza Erundina (PSB-SP) e Ivan Valente (Psol-RJ) no prédio onde funcionou durante a ditadura o DOI-CODI, no atual Batalhão da Polícia do Exército, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. A visita estava marcada para ocorrer na próxima sexta-feira.

A informação é do presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous. Segundo Damous, nesta quarta-feira o Senado irá votar, em regime de urgência, uma lista com os nomes dos parlamentares que poderão ter livre acesso às dependências do antigo DOI-CODI.

Ao comentar a decisão do Exército, o presidente Wadih Damous afirmou que “infelizmente os ventos da democracia não sopraram no Exército brasileiro”. Afirmou ainda que “vetar a presença de parlamentares ou de quem quer que seja por motivos político-ideológico mostra uma nostalgia dos tempos ditatoriais”. Segundo Damous, “nenhum quartel do Exército é propriedade privada dos militares, mas sim do povo brasileiro que, com os seus impostos, constrói esse país”.

Wadih Damous espera que o Senado aprove o requerimento onde se solicita a visita e nomeie a comissão de parlamentares para proceder a entrada nas dependências do antigo DOI-CODI, na rua Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro, e que levem os convidados que entenderem melhor.

Uma primeira tentativa de visitar o local no dia 21 de agosto foi frustrada pelo Exército. Posteriormente, numa reunião de senadores com o ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante do Exército, general Enzo Peri, foi dada a permissão para a visita em outro dia.

O DOI-Codi foi o principal centro de torturas e assassinatos de presos políticos na ditadura militar brasileira e a visita às suas dependências é o primeiro passo de uma campanha para o tombamento de seu prédio e sua transformação num centro de memória – tal como foi feito em locais simbólicos da repressão política em Buenos Aires, Santiago, Montevidéu e, também, São Paulo, com o Dops.

Fonte: Terra
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