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Consórcio aponta 'falsa impressão' de abastecimento do Cantareira

De acordo com o consórcio, os reservatórios que auxiliam o Sistema Cantareira são insuficientes para garantir o abastecimento da Grande São Paulo

11 mar 2014 - 20h30
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O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), que representa 43 municípios, 29 empresas mais entidades da sociedade civil, divulgou nota na qual alerta que há uma "falsa impressão" de que o Sistema Cantareira, responsável pelo fornecimento de água de quase metade da região metropolitana de São Paulo, será capaz de garantir o abastecimento no período de estiagem.

Nesta semana, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) iniciou a redução na captação de água do sistema Cantareira, que nesta terça-feira está com apenas 15,8% de sua capacidade. Para compensar a perda, o manancial passou a receber água do sistema Alto Tietê (38,4%) e do Guarapiranga (71,2%), que estão em situação melhor.

"Foi informado que o montante (volume subtraído do Sistema Cantareira) seria reposto pelas demais fontes de abastecimento. O fato levou à falsa impressão que a região metropolitana está totalmente protegida e que possui um sistema interligado, de vários reservatórios, que garante seu abastecimento em qualquer situação", diz o texto da nota do PCJ.

De acordo com o consórcio, os reservatórios que auxiliam o Sistema Cantareira são insuficientes para garantir o abastecimento da Grande São Paulo, principalmente em período de estiagem. "Existe sim, a necessidade de a região encontrar outras fontes de abastecimento, podendo, inclusive, retomar o projeto dos sete reservatórios do Vale do Ribeira", sugere o texto.

O consórcio ainda destaca que a Sabesp deveria, nos últimos 10 anos, ter ampliado a disponibilidade hídrica e diminuído a dependência do Sistema Cantareira. "Nesses 10 anos, concluídos em agosto de 2014, somente para atender um crescimento populacional mínimo de 1% ao ano, na região metropolitana, a Sabesp deveria ter encontrado uma ampliação de disponibilidade hídrica para mais 2,5 milhões de pessoas, em torno de 13 metros (cúbicos) por segundo".

Em nota, a Sabesp informou que segue as determinações dos órgãos reguladores do Sistema Cantareira: a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee). A empresa ressalta que está tomando todas as providências para manter a normalidade do abastecimento dos 20 milhões de habitantes da Grande São Paulo.

"O Sistema Integrado Metropolitano, em sua configuração atual, é suficiente para atender à demanda imposta, especialmente diante da rápida adesão da população ao incentivo financeiro para quem economizar água (bônus de desconto) e às medidas operacionais adotadas pela Sabesp", diz a nota.

A companhia ressalta que tem investido de forma contínua em ações de fornecimento de água, com aplicações de R$ 9,2 bilhões desde 2004. Entre os principais investimentos estão a ampliação do Sistema Alto Tietê e do Sistema Rio Grande. "Está em andamento a construção do novo sistema produtor de água São Lourenço, uma PPP (parceria pública e privada) com investimento de R$ 2,21 bilhões, que vai adicionar mais 4,7 mil litros de água potável por segundo, com entrega em 2018".

Agência Brasil Agência Brasil
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