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Colisão, 'contribuição' do piloto: o que diz relatório sobre acidente que matou Marília Mendonça

O relatório foi divulgado nesta segunda-feira, 15, e busca não apontar culpados, mas medidas de segurança para serem seguidas

15 mai 2023 - 19h47
(atualizado às 21h37)
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A cantora Marília Mendonça morreu em um acidente aéreo em novembro de 2021
A cantora Marília Mendonça morreu em um acidente aéreo em novembro de 2021
Foto: Divulgação

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB), apresentou seu relatório final sobre o acidente que matou a cantora Marília Mendonça em novembro de 2021. O documento foi apresentado a representantes das famílias das cinco vítimas nesta segunda-feira, 15, e divulgado online posteriormente.

O relatório mostrou que não houve falha mecânica, mas que más decisões do piloto acabaram contribuindo para o acidente - que foi causado pela colisão com os cabos de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Confira os principais pontos trazidos no documento:

  • Aproximação antes do momento: segundo o texto, a aproximação do avião para pousar foi iniciada a uma distância consideravelmente maior do que a esperada para o porte da aeronave. Com a distância para o solo reduzida, a chance de colidir com objetos se tornaram significativamente elevados, já que seria difícil distingui-los;
  • Sem falha mecânica: nenhum sistema ou componente da aeronave apresentou algum tipo de falha ou mau funcionamento que pudesse ter afetado o desempenho ou o controle em voo;
  • Cabos de energia: havia uma linha de transmissão fora dos limites da Zona de Proteção do Aérodromo. Apesar dela não se enquadrar nos requisitos que a qualificassem como objeto passível de ser sinalizado, o relatório indentificou que o cabo para-raios da linha de transmissão de 69 kV possuía baixo contraste em relação à vegetação ao fundo;
  • Colisão: a aeronave colidiu com o para-raios. O impacto fez com que o motor esquerdo da aeronave fosse arrancado de sua fixação ainda em voo, ocasionando total perda de controle do avião.
O avião em que Marília e outras quatro pessoas de sua equipe estavam caiu em uma cachoeira em MG
O avião em que Marília e outras quatro pessoas de sua equipe estavam caiu em uma cachoeira em MG
Foto: Reprodução

A Cenipa fez uma série de recomendações de segurança ao final do relatório para evitar que acidentes como esse aconteçam novamente. Dentre elas, o órgão pediu que o Departamento de Controle Aéreo (Decea) para que solicite à Cemig a sinalização, em caráter excepcional, da linha de transmissão que corta a região.

Também ao Decea, mas dessa vez junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o relatório pediu "o estabelecimento de requisitos de sinalização de redes de transmissão e de distribuição nos arredores de aeródromos, notadamente daqueles situados em regiões com relevo acidentado, com vistas à prevenção de acidentes aeronáuticos".

Segundo o jornal O Globo, o advogado da família de Marília Mendonça, Robson Cunha, que esteve presenta na entrega do relatório por parte da Cenipa, ele irá questionar na esfera criminal se os cabos da Cemig deveriam ou não estar identificados.

"A Polícia Civil ainda não concluiu inquérito e houve um pedido para aumentar o prazo, por parte da polícia de Caratinga. Peço apenas que haja celeridade na entrega do inquérito", disse Cunha na coletiva.

Durante sua presença no local, o advogado falou também sobre o vazamento das fotos da necropsia de Marília Mendonça. Cunha disse que além de André Felipe de Souza, acusado de compartilhar as imagens em uma rede social, outras pessoas foram indiciadas por prática criminosa na divulgação das fotos.

"A pessoa que está presa não foi a mesma que captou as imagens. Existe um inquérito na Polícia Civil que está tratando deste conteúdo", afirmou.

Fonte: Redação Terra
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