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Tarso quer ser porta-voz do passe livre estudantil nacional para conter crise

Governador do Rio Grande do Sul diz que proposta ainda depende de um estudo de viabilidade técnica e financeira

21 jun 2013 - 17h04
(atualizado às 17h08)
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<p>Governador do RS afirma que eventuais abusos da polícia serão apurados</p>
Governador do RS afirma que eventuais abusos da polícia serão apurados
Foto: Reuters

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), disse na tarde desta sexta-feira, após mais um protesto que terminou de forma violenta na capital gaúcha, que pretende apresentar uma proposta nacional de passe livre estudantil para o Brasil, como forma de "solução para a crise", tendo ele como "porta-voz" da questão do transporte no País.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

"Fiz uma reunião com lideranças do Estado, políticos, da academia, de movimentos sociais, sindicais... e comuniquei que estou disposto a colaborar, a partir do Rio Grande do Sul, com a solução. E que formatasse uma proposta que eu quero apresentar nacionalmente para a instituição do passe estudantil e, se possível, do passe livre estudantil, mas ainda temos que ver a viabilidade econômica", afirmou o governador.

A ideia, segundo Tarso, ainda depende da busca de mecanismos de viabilidade. "Esse recurso pode vir da dívida pública, do orçamento da União. É um estudo que encomendei, para que não tenha apenas uma posição política, como também técnica", explicou.

Veja cenas de conflitos da PM com manifestantes em Poa:

Foi criado ainda um mecanismo de ouvidoria, por meio do qual as pessoas possam denunciar quaisquer excessos cometidos pela polícia no decorrer das manifestações, que, ultimamente, têm terminado em confronto nas ruas, não só de Porto Alegre, como em todo o País. "Nenhuma operação em um momento conturbado é perfeita, devem ter ocorrido equívocos da nossa parte, mas, no conjunto da operação da Polícia Civil e da Brigada Militar (a Polícia Militar gaúcha), a ação foi responsável e contida", afirmou.

O governador do Rio Grande do Sul disse ainda que conversou com a presidente Dilma Rousseff e com diversos ministros sobre a situação que vive o País, e declarou que espera uma resposta do governo que possa orientar sobre qual é a postura do Estado brasileiro em relação aos protestos,  sobre pena "de se tornar uma crise institucional".

A rejeição a partidos políticos nas ruas, para o governador, é um problema preocupante, uma vez que, em sua avaliação, pode abrir espaço para alas mais radicais, tanto de esquerda como de direita. "Tem até uma frase do Mussolini que sintetiza isso: 'a ação sufocou a inteligência', que é uma visão muito clara do que é o fascismo", finalizou.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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