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RS: polícia diz que vândalos estavam articulados com outros Estados

Ao todo, 45 pessoas foram detidas em Porto Alegre, sendo 10 em flagrante, sem possibilidade de fiança

18 jun 2013 - 17h21
(atualizado às 17h21)
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Funcionários de uma agência do Banco do Brasil que foi depredada em Porto Alegre colam cartazes avisando que o estabelecimento abrirá após a limpeza
Funcionários de uma agência do Banco do Brasil que foi depredada em Porto Alegre colam cartazes avisando que o estabelecimento abrirá após a limpeza
Foto: Itamar Aguiar / Futura Press

O comandante da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, coronel Fabio Duarte Fernandes, disse nesta terça-feira em Porto Alegre que os vândalos que promoveram depredações e enfrentaram a polícia na manifestação de ontem estavam articulados com depredadores de outros Estados, onde também ocorreram atos de vandalismo. Ao todo, 45 pessoas foram detidas, sendo 10 em flagrante, sem possibilidade de fiança.

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“Esse trabalho é feito pelos depredadores, pelos vândalos, porque o movimento define os intinerários, mas os depredadores buscam sincronia. Ontem ficou estabelecido que, se ocuparam a sede da Assembleia do Rio de Janeiro, vamos ocupar a assembleia daqui, se invadiram o Congresso, vamos invadir o Palácio”, disse o coronel, dizendo que a polícia tem usado as redes sociais para identificar isso.

O coronel disse ainda que, apesar do aumento do número de manifestantes, a incidência de vândalos permaneceu a mesma, proporcionalmente, e pediu que os próprios integrantes do movimento ajudam a polícia a identificar aqueles que participam das marchas para praticar atos violentos.

“Que o movimento também ajude a identificar os depredadores, porque além da questão das denúncias que possam advir de atividade policial, também é importante que o movimento se utilize das ferramentas, disque denúncias sites, Facebook”, afirmou, dizendo que os depredadores de ontem não eram os mesmos detidos na quinta-feira.

O delegado geral da Polícia Civil, Ranolfo Vieira, disse que o objetivo é identificar condutas isoladas e “não criminalizar o movimento como um todo”.  Segundo ele, 45 pessoas foram detidas, sendo 10 adolescentes. Dez dos manifestantes foram presos em flagrante e continuaram presos – foram, inclusive, denunciados à Justiça.

O comandante da Polícia Militar disse que tenta coibir a atuação de policiais não identificados na ação, e pede que sejam feitas denúncias sobre possíveis excessos cometidos pela polícia na atuação de ontem. “Nós temos tentado coibir a atuação de policiais sem identificação, estamos fazendo novas licitações para que os equipamentos e uniformes tenham a identificação dos nomes dos nossos servidores, o comando tem exigido que se identifiquem. Isso é uma questão cultural que estamos coibindo.”

De forma geral, as autoridades de segurança consideram que a ação policial foi correta, e sem excessos, e que estão preparados para novas manifestações.

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Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

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Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40.

O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

Fonte: Terra
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