PUBLICIDADE

Rodoviários do Rio racham grupo e greve é novamente adiada

Movimento de cobradores e motoristas de ônibus da capital fluminense tem liderança dividida e nova greve não foi votada nesta terça-feira

20 mai 2014 - 19h19
(atualizado às 19h42)
Compartilhar
Exibir comentários

O movimento grevista dos rodoviários do Rio de Janeiro, que já era dissidente do sindicato que representa a categoria, sofreu no final da tarde desta terça-feira uma nova divisão, agora entre os líderes que iniciaram, há duas semanas, paralisações que duraram, no total, 72 horas e prejudicaram cerca de dois milhões de passageiros na capital fluminense.

Diante da divisão entre os líderes, de um lado Hélio Teodoro e Luiz Fernando Mariano, e de outro, Maura Gonçalves, todos envolvidos e citados no inquérito do Tribunal Regional do Trabalho (TRF-RJ) e do Ministério Público (MP-RJ) sobre o caso, a votação sobre uma nova paralisação foi mais uma vez adiada. Desta forma, o trabalho de cobradores e motoristas de ônibus segue normalmente nesta quarta-feira. O fato já havia ocorrido na semana passada.

Uma nova assembleia está marcada para o dia 27, novamente ao lado da igreja da Candelária, para decidir os rumos da categoria, bem como se o grupo vai ou não optar ainda pela proposta de catraca livre, ou seja, se irá deixar os passageiros entrarem pela porta traseira dos veículos sem pagar a passagem e sem interferir, assim, na vida dos passageiros que se deslocam para o trabalho no Rio de Janeiro.

A assembleia desta terça-feira, no centro do Rio, foi marcado por intenso bate-boca. De um lado, Teodoro e Mariano acusam Marta de terem mentido para eles e ter como principal objetivo retornar ao Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb) e se eleger presidente em 2016.

"Ela é uma pessoa falsa", acusou Hélio Teodoro. Maura nega tais acusações e diz, "estou sendo expulsa (à revelia). Não esperava isso deles".

Os rodoviários voltaram ao trabalho na quinta-feira da semana passada, após 48 horas de greve. Participaram do ato, ainda de acordo com os profissionais da área, motoristas e cobradores de ônibus do primeiro turno de trabalho, além de vigilantes bancários, que também estão em estado de paralisação e realizaram ato em frente ao Palácio Guanabara na manhã desta terça-feira.

A movimentação da categoria, que tem em torno de 40 mil motoristas e cobradores de ônibus, teve início efetivo há duas semanas, quando, de surpresa, os coletivos deixaram de circular pelas ruas da capital fluminense prejudicando um total estimado de dois milhões de passageiros.

No início da semana seguinte, em assembleia, optaram por nova paralisação, desta vez, de 48 horas. No primeiro dia, cerca de apenas 18% da frota foi às ruas, sendo que, na sequência, apenas 44%, causando filas e preços abusivos do transporte alternativo – na zona oeste, por exemplo, as vans custavam R$ 10, sendo que o preço normal é de R$ 3.

Nos dois dias de paralisação do transporte coletivo, o Rio Ônibus, sindicato das empresas, contabilizou 177 veículos depredados. Feita à revelia do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb), a greve tem como intuito um reajuste salarial junto aos empresários do setor na ordem de 40% - os mesmos sindicalistas já haviam acertado um aumento, já em curso, de 10% dentro do dissídio anual discutido entre as duas partes.

Em meio a este processo entre dissidentes do Sintraturb, a desembargadora Maria das Graças Paranhos, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), determinou que 70% da frota voltasse a circular na cidade tendo em vista que o sistema de ônibus é de extrema necessidade para a população, além do fato de que qualquer paralisação deve ter um prazo de 72 horas para comunicar aos usuários do sistema.

A multa imputada foi de R$ 50 mil por dia de paralisação e o responsável pelo pagamento seria o próprio Sintraturb, que por sua vez alega não ter a responsabilidade pelos grevistas, que são dissidentes do sindicato. Quatro líderes deste grupo foram impedidos pela determinação de participar de qualquer ato sob pena também diária de R$ 10 mil. Eles, todavia, seguem participando dos atos que convocam os integrantes da categoria a votar ou não pela nova paralisação.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade