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Professor de Derrite e ex-chefe da Rota: quem é o novo comandante da PM de SP

Nomeação do coronel José Augusto Coutinho foi publicada nesta quinta no Diário Oficial do Estado

17 abr 2025 - 20h48
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O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) oficializou nesta quinta-feira, 17, a nomeação do coronel José Augusto Coutinho como novo comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo. A informação foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE).

O coronel, que está há 33 anos na PM, foi instrutor do atual secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, na Academia do Barro Branco, zona norte da capital. Os dois também trabalharam juntos na Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), posteriormente chefiada por Coutinho.

Coronel José Augusto Coutinho assume comando da PM.
Coronel José Augusto Coutinho assume comando da PM.
Foto: Divulgação / Estadão

Coronéis ouvidos sob reserva pelo Estadão apontam que Coutinho tem perfil discreto e é considerado eficiente em trabalhos em equipe. Com passagens por diferentes áreas da PM, como o Comando do Policiamento de Choque, ele é tido como homem de confiança de Derrite.

Quando Coutinho assumiu como comandante da Rota, em 2020, o secretário o parabenizou nas redes sociais: "Parabenizo o amigo Tenente-coronel Coutinho, o novo comandante da ROTA! Tive a honra de tê-lo como instrutor na Academia do Barro Branco", escreveu. "O bom filho à casa torna."

No começo do ano passado, Coutinho foi nomeado pela gestão Tarcísio de Freitas como subcomandante da PM, no lugar do também coronel José Alexander de Albuquerque Freixo. A mudança se deu em meio a uma série de trocas no alto escalão da corporação - foram 34 transferências de coronéis.

Reportagem da Revista Piauí apontou que, em junho do ano passado, meses depois de Coutinho assumir como subcomandante, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) mudou as regras sobre o afastamento de policiais suspeitos de cometer crimes. A informação foi confirmada pelo Estadão.

Um boletim interno indicou que, sem divulgação na época no Diário Oficial do Estado, a pasta acabou com o poder dos comandantes regionais de afastar e pedir investigação contra policiais militares envolvidos em ocorrências graves.

Um coronel da PM, ouvido sob reserva pelo Estadão, afirmou que o objetivo teria sido padronizar os afastamentos, mas a medida foi alvo de críticas por especialistas em segurança pública, sobretudo em meio à escalada de casos de violência policial ocorrida no fim do ano passado.

No novo modelo, caso um policial fosse suspeito de agressão, corrupção ou adulteração da cena de um crime, por exemplo, só quem poderia tirá-lo das ruas era Coutinho. Agora, assume como subcomandante no lugar dele o coronel Erick Gomes Bento, que até então era chefe de gabinete do Comando Geral da PM.

Coutinho assume no lugar de outro ex-chefe da Rota

Coutinho substitui outro ex-chefe da Rota, o coronel Cássio Araújo de Freitas, que irá para a reserva - ele estava à frente da PM desde janeiro de 2023. No fim do ano passado, em meio a uma escalada de casos de violência policial, Freitas chegou a ficar pressionado no cargo, mas a gestão entendeu que tirá-lo naquele momento poderia fazer escalar a crise de segurança pública enfrentada pela corporação.

"O coronel Cássio cumpriu seu papel com maestria", afirmou, em nota divulgada nesta quinta no site do governo, o secretário Guilherme Derrite. Ele descreveu Freitas como "um profissional extremamente capacitado e operacional", que esteve "na linha de frente do combate ao crime organizado e apresentou os melhores índices de produtividade da história da instituição".

No ano passado, os roubos atingiram o menor patamar da série histórica, iniciada em 2001, no Estado de São Paulo. Foram 193,6 mil casos notificados no ano passado, diminuição de 15% ante as 228 mil ocorrências de 2023. Os homicídios também chegaram ao menor número desses últimos 24 anos, consolidando tendência de queda.

Em contrapartida, os casos de estupro subiram 0,45% e os de latrocínio, 1,8%. Na capital paulista, a alta de vítimas de roubos seguidos de morte foi ainda maior, de 23,2%, conforme dados oficiais divulgados no começo do ano. A modalidade passou a ser uma das principais preocupações de órgãos investigativos, como o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil.

Nos últimos meses, crimes violentos têm chamado atenção da população, como a morte do ciclista Vitor Medrado, baleado perto do Parque do Povo, na zona oeste, e do arquiteto Jefferson Dias, assassinado após intervir em um assalto no Butantã, também na zona oeste. Como mostrou o Estadão, gangues que atuam de moto na cidade têm mudado o modus operandi, com abordagens que envolvem mais de um veículo em alguns casos.

Mortes por policiais dobraram na capital no ano passado

O aumento da letalidade policial durante a gestão Tarcísio também é alvo de atenção, com destaque para os números da capital paulista. As mortes cometidas por agentes da Polícia Militar em serviço dobraram no último ano na cidade, segundo a Secretaria da Segurança Pública.

Foram 184 ocorrências de janeiro a dezembro de 2024, ante 92 casos em 2023. Já os óbitos envolvendo a ação de policiais civis da capital paulista diminuíram.

O ano de 2024 foi marcado por casos de violência cometidos por PMs. Em novembro, um estudante de Medicina foi morto em abordagem na Vila Mariana, zona sul da capital. Dias depois, um homem foi arremessado do alto de uma ponte, também na zona sul.

Pesquisa recente da Quaest aponta que a violência é a principal preocupação dos brasileiros. A Secretaria da Segurança Pública alega que não compactua com desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos das polícias paulistas.

Estadão
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