'Perigo: você está em Pinheiros': Moradores reclamam de crimes na Joaquim Antunes, zona oeste de SP
Um homem foi baleado nesta semana ao reagir a assalto de celular; antes, mesmo suspeito já havia roubado três jovens
Moradores da rua Joaquim Antunes, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, relatam preocupação com os assaltos na região. No caso mais recente, nesta terça-feira, 7, um homem levou um tiro ao reagir ao roubo de celular. Em janeiro deste ano, outro homem foi morto na via durante o assalto. Em agosto, ao menos três roubos foram registrados, incluindo o de um casal com um bebê no colo. Em setembro, mais três casos. Na sexta-feira passada, 3, outro assalto de celular. Todos os roubos foram realizados por motociclistas.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou, em nota, que o "policiamento na região foi intensificado". Segundo a pasta, os roubos caíram 6% na 3ª Delegacia Seccional, que concentra os crimes na área, entre janeiro e agosto deste ano em comparação com o mesmo período de 2024.
Apesar da similaridade das ocorrências, a polícia não vê indícios de que os suspeitos sejam os mesmos ou que integrem o mesmo grupo. O 14° Distrito Policial, de Pinheiros, investiga as ocorrências. Segundo apurou a reportagem, a rua não é a principal preocupação dos agentes, por haver outras vias que concentram mais assaltos. Uma grande árvore na Joaquim Antunes, no entanto, pode facilitar crimes na rua, avaliam.
No assalto desta terça-feira, 7, câmeras de segurança flagraram um motociclista estacionando na altura do número 500 da Joaquim Antunes, às 20h40. O suspeito primeiro aborda três jovens, que lhe entregam o celular. O motociclista volta para a moto. Mas, então, aborda dois homens que se aproximavam. Um deles chega a entregar o smartphone, mas depois tenta recuperá-lo. Ele e o assaltante se empurram na disputa pelo telefone. O criminoso então atira na panturrilha do homem, que foge com o celular. O motociclista foge de moto.
A SSP-SP afirmou que os oito casos estão sob investigação e com diligências em andamento. "A Polícia Civil segue à disposição das demais vítimas para registrar os boletins de ocorrência e colher mais informações que possam auxiliar no esclarecimento dos fatos", informa o comunicado.
"Não quero ser a próxima vítima"
No último dia 20 de agosto, moradores fizeram um ato pedindo o reforço do policiamento na rua. Vestidos de roupas brancas, eles carregavam cartazes com frases como "Rua Joaquim Antunes não suporta mais tantos assaltos", "não quero ser a próxima vítima" e "perigo: você está em pinheiros".
"Os casos dispararam desde agosto", relata a moradora Mônica Soutelo, que reside no edifício em frente ao local onde o homem foi assaltado nesta terça. "Estamos pedindo reforço no policiamento há meses. Fomos no Conselho de Segurança falar com a polícia e na Subprefeitura de Pinheiros. Mas nada mudou. A subprefeitura diz que não está na alçada deles tratar de segurança, mas eles poderiam fazer algo, falar com a prefeitura, com o governo estadual, com as secretarias de segurança estadual e municipal", diz.
A aposentada Maria Doval mora em Pinheiros há mais de duas décadas, e na Joaquim Antunes há 12 anos. "A gente paga um absurdo de IPTU, paga tudo que tem que pagar e não tem segurança", desabafa.
Moradora da rua há três anos, Ana Carolina Machado aponta que "existe uma rua antes e uma rua depois" da onda de assaltos. "Me sinto em completa insegurança e com medo constante. Não é nada parecido a como eu me sentia antes morando aqui."