Motoristas de ônibus iniciam paralisação em SP; rodízio de carros é suspenso
Categoria reclama de 13º salário e vale-refeição das férias; sindicato patronal ainda não respondeu
Motoristas e cobradores de ônibus iniciaram uma paralisação nesta terça-feira, 9, na cidade de São Paulo. Veículos começaram a ser retirados de circulação a partir das 16h em diferentes regiões da cidade. Há registros de falta de transporte público no Parque Dom Pedro II, no centro, em Tremembé e no Tucuruvi, zona norte, e no Grajaú e em Campo Limpo, zona sul.
A Prefeitura de São Paulo determinou a suspensão do rodízio de veículos na tarde desta terça em razão da paralisação. Afirmou ainda que determinou o registro de um boletim de ocorrência contra as empresas que aderiram à greve.
As linhas 13-Jade e 10-Coral da CPTM apresentam falhas nesta terça-feira. Os trens da linha 10 circulam com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz, devido a problemas técnicos. Já na linha 13, os trens não estão circulando entre as estações Luz e Palmeiras-Barra Funda.
Conforme representantes do sindicato dos motoristas e trabalhadores, o SindMotoristas, a paralisação se deve ao não pagamento do 13.º salário e do vale-refeição referente às férias, que estaria previsto para esta semana. Procurado, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) ainda não retornou.
O estopim para o anúncio foi uma carta enviada pelas empresas de ônibus nesta terça solicitando adiamento dos pagamentos, o que teria conflitado com o que foi acordado anteriormente.
Na carta, obtida pelo Estadão, representantes dos consórcios afirmam que o pedido de dilação do prazo decorre de uma reunião feita nesta terça junto à Secretaria da Mobilidade e Transporte de São Paulo (SMT).
"Foi-nos comunicado que seria dado conhecimento prévio acerca dos estudos e consequentemente dos valores a serem liberados antes do julgamento do TCM (Tribunal de Contas do Município)", diz o documento.
A perspectiva é que o impacto seja maior a partir do final da tarde, uma vez que alguns motoristas devem paralisar após finalizar somente após finalizar as viagens vigentes.
Nas redes sociais, passageiros já relatam os impactos da paralisação em dia chuvoso na capital. "Pensando como irei voltar pra casa", escreveu um usuário no X (antigo Twitter).
Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que "os repasses às empresas de ônibus estão em dia e o pagamento do 13º salário dos trabalhadores é de responsabilidade exclusiva das concessionárias".
"A pedido do prefeito Ricardo Nunes, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte e SPTrans registraram nesta terça-feira um boletim de ocorrência contra as empresas que aderiram a uma paralisação sem aviso prévio, ferindo gravemente a legislação", afirma a pasta.
"A gestão se solidariza com todos os passageiros que dependem do transporte público e que hoje sofrem com o descaso, irresponsabilidade e falta de compromisso dessas companhias com a população", acrescenta a Prefeitura.
Matéria em atualização*