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Cidades

Metroviários de SP entram em greve a partir desta quarta

Funcionários do metrô decidiram por paralisação após negociações com o governo estadual não avançarem nas últimas semanas

18 mai 2021 - 21h16
(atualizado às 21h59)
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Os funcionários do Metrô de São Paulo decidiram entrar em greve a partir da meia-noite desta quarta-feira, 19. A decisão foi tomada durante assembleia da categoria nesta terça-feira, após as negociações com o governo estadual não terem avançado na última semana.

Mais cedo, foi realizada uma assembleia com representantes dos metroviários e do Tribunal Regional do Trabalho, com o objetivo de criar um acordo entre a categoria e o governo de São Paulo. Entretanto, nenhum representante da administração compareceu à reunião desta tarde. Dirigentes do sindicato classificaram a atitude como "um desrespeito à categoria".

Metroviários de SP entram em greve a partir desta quarta
Metroviários de SP entram em greve a partir desta quarta
Foto: Romeo Campos / Futura Press

"Não estamos pedindo aumento, estamos pedindo o reajuste inflacionário (do salário). É claro que, se vier alguma proposta de negociação, estamos dispostos a conversar e não paralisar o metrô. Mas isso está nas mãos do governo e do Metrô", afirmou mais cedo Camila Lisboa, uma das coordenadoras do sindicato.

Os dirigentes alegam que a categoria está há dois anos sem reajuste salarial e sem receberem a Participação nos Resultados (PR) referentes aos anos de 2019 e 2020. Em comunicado oficial, a categoria afirma também que o Ministério Público do Trabalho (MPT) sugeriu uma proposta de acordo na segunda-feira, 17, que foi descartada pela Companhia do Metropolitano de São Paulo.

Altino Prazeres, um dos dirigentes do sindicato, afirma que a última proposta apresentada à categoria só incluía o reajuste com base no IPC de maio de 2019 a abril de 2020 (2,61%), que também não foi pago, sem incluir o de 2020 para 2021 (7,79%). Ao mesmo tempo, ele alega que a empresa tentou reduzir os adicionais noturno e de férias, assim como a gratificação por tempo de serviço.

"Estamos dispostos a negociar em qualquer horário, mas é preciso de alguma proposta. Sem isso, não voltamos a trabalhar", afirma. Segundo Prazeres, a categoria "apenas soube por terceiros" que a ausência de algum representante da empresa ou do governo estadual na reunião desta tarde deu-se porque "não tinham mais nada para apresentar" nas negociações.

Prazeres diz ainda que a categoria está disposta a "lançar um desafio" ao governo. "Se deixarem a catraca aberta (sem cobrar pela passagem), voltamos a trabalhar na mesma hora. Sempre dizem que quando entramos de greve, isso atrapalha o transporte público. Mas se o governo topar, a gente topa também."

A indicação da greve é para que as equipes noturnas já participem da paralisação e não compareçam ao metrô na noite desta terça-feira, 18. O movimento deve ser seguido pelos funcionários na manhã da quarta-feira, quando serão paralisadas as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. As linhas 4-Amarela e 5-Lilás, assim como a CPTM, continuarão funcionando normalmente.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo ainda não se manifestou.

Estadão
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