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Cidades

Ilhabela faz estudos para retirar areia do mar e alargar seis praias

Projeto visa a evitar inundações e dar mais espaço a turistas; ideia é de que orla recupere faixa de areia de 30 anos atrás

18 nov 2021 - 05h11
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SOROCABA - A prefeitura de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, abriu licitação na quarta-feira, 17, para contratar um estudo de retirada da areia do mar e alargamento de algumas praias da ilha, um dos principais destinos turísticos do Estado. O prefeito Toninho Colucci (PL) disse que a medida pode reduzir a erosão costeira e evitar a inundação de ruas, além de oferecer mais espaço para os turistas.

Algo assim já foi feito na principal praia de Balneário Camboriú (SC), onde a faixa de areia foi estendida em 45 metros. A dragagem da areia no mar, porém, causou um aumento na presença de tubarões na praia. Ilhabela é próxima de Ubatuba, onde um tubarão atacou um turista no último dia 3. Houve ainda um segundo ataque no feriado do dia 15, que está sendo investigado.

As praias do Perequê, atingidas pela invasão do mar, receberão novas faixas de areia
As praias do Perequê, atingidas pela invasão do mar, receberão novas faixas de areia
Foto: Prefeitura de Ilhabela/Divulgação / Estadão

O prefeito de Ilhabela já esteve no balneário catarinense para conhecer o projeto. Ele manteve contato com os técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), vinculado ao Ministério da Infraestrutura, para adequar o projeto de Balneário Camboriú às condições geográficas do arquipélago. A ideia inicial é fazer o alargamento das praias da região do Perequê, onde o nível do mar tem alcançado trechos da malha urbana. Em algumas ocasiões, a água destruiu ciclovias e chegou a atingir as casas.

Estão previstas intervenções nas praias Barra Velha, Perequê, Itaquanduba, Engenho D'Água, Vila e Ponta do Pequeá. O custo estimado para a obra toda é de R$ 20 milhões. A ideia é que a praia recupere a faixa de areia que tinha há 30 anos.

Segundo Colucci, as obras do porto de São Sebastião e do terminal da Petrobras alteraram o fluxo da água salgada no entorno da ilha e houve a erosão das faixas de areia. "Em alguns casos, perdemos de 20 a 30 metros de praia, principalmente na área do canal. O projeto prevê recuperar o que foi perdido e recompor a faixa de areia", disse.

A previsão é de repor 500 mil metros cúbicos de areia em cerca de 5 km de praias. A empresa vencedora da licitação vai prospectar as melhores jazidas para a retirada da areia, seguindo orientações do INPH.

De acordo com prefeito, expansão da faixa litorânea pode reduzir a erosão costeira e evitar a inundação de ruas, além de oferecer mais espaço para os turistas
De acordo com prefeito, expansão da faixa litorânea pode reduzir a erosão costeira e evitar a inundação de ruas, além de oferecer mais espaço para os turistas
Foto: Prefeitura de Ilhabela/Divulgação / Estadão

Tubarões em Santa Catarina

Em Balneário Camboriú, pesquisadores do Museu Oceanográfico da Universidade Vale do Itajaí registraram 34 aparições de tubarão nas proximidades da praia desde agosto, quando começaram as obras de alargamento da Praia Central. Antes das obras, elas eram raras. Não houve, porém, registro de ataques a banhistas. O aumento na presença de tubarões foi atribuído à dragagem da areia, que revolveu o fundo do mar, expondo pequenos crustáceos e outros seres marinhos para os peixes que, por sua vez, atraíram os tubarões.

O prefeito disse ter acompanhado essa situação. "Como a interferência é temporária, depois de alguns dias os tubarões vão embora. Lá foram usados 2,5 milhões de metros cúbicos de areia, cinco vezes mais do que pretendemos usar aqui. Acreditamos que o impacto será bem menor." Colucci acredita que a reposição da areia, além de melhorar o turismo, vai proteger a ilha contra erosões e ajudar o ambiente. "A areia do mar tem a função de criadouro de espécies, como siris, caranguejos e moluscos", disse.

Estadão
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