‘Existem várias esferas de responsabilização’, diz auditora do trabalho sobre incêndio em fábrica no RJ
Estabelecimento, que pegou fogo na manhã desta quarta-feira, 12, confeccionava fantasias para várias escolas de samba
A auditora-fiscal do trabalho, Ana Luiza Horcades, esteve presente para inspecionar a fábrica que sofreu um incêndio na manhã desta quarta-feira, 12, em Ramos, na Zona Norte do Rio. O local confecionava fantasias para escolas de samba do Rio. Em conversa com a reportagem do Terra, Ana Luiza, que é chefe da seção de Segurança e Saúde no Trabalho, explicou os procedimentos adotados neste tipo de investigação.
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“Estamos começando a análise desse evento para saber exatamente o que tinha de errado ali e quais foram os fatores que, juntos, contribuíram para esse acidente. Foi um acidente de trabalho grave, com muitas vítimas envolvidas”, explicou.
Sobre a responsabilidade do acontecido, Ana reforçou que perícias no local vão ser realizadas por especialistas a fim de se chegar a uma conclusão sobre as causas do incêndio.
“Existem várias esferas de responsabilização. No nosso caso, estamos fazendo uma análise administrativa. Outros colegas, especialistas, farão a análise da parte de prevenção de incêndio, proteção de máquinas e outros aspectos que me parecem estar envolvidos no caso. Depois, um relatório será encaminhado para outros órgãos, como o Ministério Público do Trabalho ou o Ministério Público Federal, se for o caso de encontrar algum indício de crime”, disse.
O que se sabe sobre o incêndio até agora?
A fábrica Maximus Confecções foi atingida por um incêndio de grandes proporções na manhã desta quarta-feira. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro foi acionado, por volta das 7h39, para atender a ocorrência na Rua Roberto Silveira, número 157, em Ramos. Foram deslocadas 13 viaturas, incluindo o Grupamento de Operações Aéreas da corporação e especialistas em salvamento em altura, cerca de 90 bombeiros, com apoio de 30 viaturas.
Alguns funcionários dormiam no local quando o incêndio começou, já que na reta final do carnaval, a fábrica estava funcionando 24 horas, em turnos. Algumas escolas de samba do Rio se manifestaram afirmando ter perdido todas as fantasias no incêndio.
Há registro de 21 pessoas resgatadas. A direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas informou que, até o momento, dez vítimas do incêndio deram entrada na unidade. Nove estão em estado grave e uma em avaliação. Todos os pacientes deram entrada por queimadura em via aérea após inalação de fumaça tóxica.
Outras oito pessoas resgatadas foram levadas para o Hospital Federal de Bonsucesso. Uma vítima foi levada em estado grave para o Hospital Municipal Souza Aguiar, segundo o Corpo de Bombeiros.
Segundo a Polícia Civil, a ocorrência foi registrada na 21ª DP (Bonsucesso). A perícia será realizada no local e diligências estão em andamento para apurar as causas do incêndio.

