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Enterro termina com protesto e tiros de PM no Rio

Policiais acompanharam a cerimônia por medida de segurança; corporação diz que grupo que participava do cortejo obstruiu a via e depredou um ônibus após funeral

11 out 2019 - 21h29
(atualizado às 22h23)
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RIO - O enterro do estudante Kelvin Cavalcante, de 17 anos, morto na quinta-feira, 10, enquanto cortava o cabelo na favela Para-Pedro, na zona norte do Rio, terminou em confusão e tiros, nesta sexta-feira, 11, em frente ao cemitério de Irajá, também na zona norte. Policiais militares acompanharam o enterro "por medida de segurança", segundo nota da corporação.

"Após o enterro, um grupo que participava do cortejo obstruiu a via e depredou um ônibus que passava pela Avenida Monsenhor Felix", afirma a PM. "Policiais intervieram e resgataram o motorista do ônibus. Houve um princípio de tumulto, momento em que um dos policiais se descontrolou e realizou disparos de arma de fogo".

Kelvin Cavalcante, de 17 anos, estava no cabeleireiro quando foi atingido por disparo
Kelvin Cavalcante, de 17 anos, estava no cabeleireiro quando foi atingido por disparo
Foto: Google Street View/Reprodução / Estadão

Segundo a PM, o militar foi preso em flagrante e encaminhado à 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar. " Ele será avaliado e acompanhado pelo setor de psicologia", diz a nota. Imagens registradas por participantes do enterro mostram um policial dando chute em uma pessoa. Em seguida o mesmo PM atira pelo menos duas vezes para o alto com seu fuzil.

"Os vídeos que circulam nas redes sociais estão sendo analisados e serão utilizados na apuração da Corregedoria", afirmou a PM. "O comando da Polícia Militar reitera que a conduta do policial não é condizente com os protocolos de atuação instruídos e empregados pela corporação. A PM reafirma ainda seu compromisso em não tolerar ações descabidas de seus integrantes, punindo com rigor os envolvidos em tais incidentes", conclui a nota.

Cavalcante estava no cabeleireiro quando foi atingido. A PM afirma que ele foi vítima de bala perdida. Já a família da vítima nega. Segundo os parentes, naquele momento não havia confronto entre policiais e criminosos e o adolescente foi atingido por seis tiros. Outra pessoa que estava no cabeleireiro também foi baleada, mas sobreviveu e está internada, com o quadro de saúde "estável", de acordo com a polícia.

Estadão
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