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Em protesto, sem-teto ocupam prédios de construtoras em SP

8 mai 2014 - 06h29
(atualizado às 14h14)
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<p>Os manifestantes pararam em frente ao prédio da Andrade Gutierrez</p>
Os manifestantes pararam em frente ao prédio da Andrade Gutierrez
Foto: Bruno Santos / Terra

Cerca de 100 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocuparam por 15 minutos o hall de entrada do escritório da construtora Odebrecht, na Marginal Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. Eles se juntaram aos manifestantes do coletivo Resistência Urbana, que faz nesta quinta-feira três atos na capital paulista contra os gastos da Copa do Mundo.

A manifestação organizada por movimentos sociais "Copa sem Povo, tô na Rua de Novo" seguiu em passeata pela zona oeste e chegou, por volta das 10h30, ao escritório da empresa Odebrecht, localizado na Marginal Pinheiros, próximo à Ponte Eusébio Matoso. Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em marcha desde a última terça-feira, se juntaram aos manifestantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Movimento Popular por Moradia (MPM), Movimento de Luta Popular (MLP).

Eles protestam contra os gastos públicos com a Copa do Mundo e consideram a empresa um símbolo desses gastos. "Não tem moradia e todo o dinheiro da Copa vai para Odebrecht. Está tendo a Copa e é despejo todos os dias, as nossas reivindicações estão ficando para trás. O dinheiro da construção de hospitais também está sendo desviado para isso", disse José Carlos Pereira dos Reis, coordenador do coletivo estadual do MTST.

"Queremos educação, saúde, creches, moradia. Porque não é justo que as pessoas estejam na rua e o governo gastando com coisas que não precisa", disse Fabíola Rodrigues de Araújo, 25 anos, dona de casa. Ela é moradora da ocupação Novo Pinheirinho, de Embu das Artes. "Tem gente que doa roupas, alimentos, bastante coisa para gente dentro do acampamento. O terreno é da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), estamos esperando a desapropriação há três anos. Moro lá com o meu marido e minha filha de 4 anos", contou.

Ilmo Gomes de Souza, de 38 anos, motorista, também mora em Novo Pinheirinho, há um ano e oito meses. "É um absurdo o que gastaram com a Copa. Poderia [o governo] estar fazendo moradia, em vez de gastar com uma Copa de poucos dias".

Hecílio Ferreira da Costa, de 42 anos, trabalha como segurança e concorda que a Copa não é boa para o País. "Primeiro devia estruturar o Brasil na educação, na saúde, na moradia, para depois fazer esse negócio de Copa. Não temos escola digna para os nossos filhos, médico... O Brasil está numa situação crítica", disse.

Andrade Gutierrez

Membros do MTST também ocuparam a entrada do prédio da construtora Andrade Gutierrez, na rua Quintana, no Brooklin. Cerca de 200 pessoas protestaram em frente ao prédio, mas não chegaram a invadir o edifício.

"A abertura da jornada está sendo a ocupação das empreiteiras, que estão levando milhões do dinheiro públicos para a construção da Copa. Se existem bilhões de recursos públicos para serem investidos para as empreiteiras na Copa, é preciso ter uma fatia desses bilhões para se construir melhores condições de sobrevivência dos trabalhadores", disse a coordenadora do moimento, Natália Zermeta.

Como a porta do prédio estava fechada, os manifestantes pegaram pedras do jardim e fizeram uma espécie de barricada, impedindo que funcionários saíssem ou entrassem no local. A representante da administradora do prédio lamentou o episódio e disse que a Andrade Gutierrez possui apenas um escritório no endereço, as demais salas são ocupadas por funcionários de outas empresas. O ato terminou por volta das 11h30, sem nenhuma ocorrência policial.

Protestos por moradia

Mais cedo, cerca de 400 pessoas protestaram por moradia por vias da zona sul da cidade. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET),os manifestantes bloqueara as avenida Belmira Marin, Teotônio Vilela e a avenida Interlagos.

O grupo faz parte do Movimento Anchieta, que conta com moradores que ocupam um terreno particular no Grajaú. A reivindicação do grupo é que a prefeitura compre o terreno ocupado e promova a construção de moradias populares. o ato também terminou pacificamente.

Fonte: Com informações da Agência Brasil
Fonte: Terra
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