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Dilma nega negligência federal sobre Mariana: vou para fazer

Presidente rebateu críticas quanto à demora para visitar o local e prometeu fazer do caso do rio Doce "um exemplo" para o Brasil

16 nov 2015 - 16h28
(atualizado às 17h42)
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Dilma sobrevoou a região atingida no dia 12 de novembro
Dilma sobrevoou a região atingida no dia 12 de novembro
Foto: Roberto Stckert Filho / PR / Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff rebateu nesta segunda-feira (16) críticas sobre a atuação do governo federal na tragédia de Mariana (MG), o maior acidente ambiental da mineração na história do País.

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Questionada, sobretudo, por ter visitado a região atingida pelo “mar de lama” apenas uma semana após o rompimento das barragens, a presidente disse ter enviado o ministro da Integração Nacional e o Secretário Nacional de Defesa Civil à região no primeiro dia.

“Quando vou a um lugar, eu não posso chegar sem saber o que nós vamos fazer. Eu vou lá para fazer, eu não vou lá só para visitar”, disse a presidente, em resposta à pergunta da BBC Brasil.

O rompimento de duas barragens de rejeitos da Samarco (mineradora controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP) no último dia 5 deixou 11 mortos e 15 desaparecidos. Promove ainda destruição ambiental e transtornos sociais por centenas de quilômetros ao longo da bacia do rio Doce, no leste de Minas Gerais e no Espírito Santo.

Cidades que se abastecem da água do rio, como o polo regional de Governador Valadares (MG), estão com fornecimento comprometido.

A presidente sobrevoou a região atingida no dia 12. Nesta segunda-feira, ao terminar sua participação em cúpula do G20 na Turquia, afirmou ter ido à região quando “já tínhamos uma ideia do que íamos fazer” e disse considerar que “todas as medidas” foram tomadas.

Segundo presidente, recuperação do rio Doce será "exemplo" para o país
Segundo presidente, recuperação do rio Doce será "exemplo" para o país
Foto: BBC Brasil / BBC News Brasil

“Chegamos lá com toda a estrutura, a avaliação que nosso pessoal fez – da Secretaria Nacional de Defesa Civil, da ANA (Agência Nacional de Águas), do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) – já tinha sido feita, o que permitiu que tivéssemos os elementos para começar, inclusive, a discutir com a empresa. Caso contrário, se você não tem o levantamento, você discute como?”, afirmou Dilma.

Na semana passada, um dia antes do sobrevoo de Dilma pela região do desastre, o Ibama (órgão ambiental federal) havia anunciado uma multa de R$ 250 milhões à Samarco pelos danos causados – o pagamento dessas autuações, contudo, pode se arrastar por anos em esferas administrativas e judiciais.

Emergência no abastecimento

A presidente reconheceu que o rio Doce está em “situação dramática”. Disse que a prioridade agora é garantir, com apoio do Exército, o fornecimento emergencial de água em Governador Valadares e em Colatina (ES), cidades que somam, em conjunto, mais de 400 mil habitantes – contingente muito elevado para ser atendido apenas por carros-pipa.

“Ali teremos de ter uma solução emergencial mais estruturante, que é a adutora de engate rápido. No caso de Valadares, é o rio Suaçuí Pequeno, e uma adutora que você consegue fazer em 30 dias. Em Colatina serão as duas lagoas, com adutora de engate.”

Dilma enumerou mais promessas: fazer do caso do rio Doce “um exemplo” para o país e tocar soluções para recuperação da bacia do rio – nesse sentido, disse que o governo apoiará projeto da fundação do fotógrafo Sebastião Salgado, com quem a presidente esteve antes da viagem à Turquia.

“(Faremos um) plano de recuperação, tanto dos afluentes como de toda a bacia, que são milhares (de cursos d’água). Porque isso não é trabalho que vai ser resolvido em um, dois anos. Você vai levar tempo para recuperar toda a bacia: a devastação, que é uma enchente volumosa de lama, limpou algumas margens onde tinha ainda tinha vegetação, é um deserto”.

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