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Ciclone bomba deixa ao menos 3 mortos no Sul

Rajadas de vento passam dos 100 km/h, velocidade é equivalente a um furacão de categoria 1 na escala Saffir-Simpson

30 jun 2020 - 22h26
(atualizado em 1/7/2020 às 07h51)
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A passagem de um fenômeno meteorológico conhecido como ciclone bomba causou estragos, nesta terça-feira, 30, na Região Sul do Brasil. Pelo menos três pessoas morreram em Santa Catarina, de acordo com a Defesa Civil, e também houve mau tempo em várias regiões do Paraná.

A prefeitura de Curitiba (PR) registrou 321 solicitações de ocorrências com quedas de árvores ou galhos, em vias públicas e terrenos particulares na terça-feira
A prefeitura de Curitiba (PR) registrou 321 solicitações de ocorrências com quedas de árvores ou galhos, em vias públicas e terrenos particulares na terça-feira
Foto: Eduardo Matysiak / Futura Press

Cerca de 1,5 milhão de imóveis estavam sem energia elétrica em Santa Catarina no início da noite desta terça. "Isso dificulta a comunicação, por isso fique em local seguro", afirmou o governador Carlos Moisés (PSL), que se solidarizou com as vítimas da tempestade.

Em Chapecó, no oeste catarinense, uma idosa de 78 anos morreu após ser atingida por uma árvore derrubada por rajadas de vento. Outras duas mortes foram confirmadas na região metropolitana de Florianópoli: um homem, em Santo Amaro da Imperatriz, morreu após ser atingido por fios de alta tensão. Em Tijucas, uma pessoa morreu e outra está desaparecida.

No Estado, conforme levantamento das Coordenadorias Regionais da Defesa Civil, houve 800 ocorrências. Na quarta-feira, 1º, ainda há previsão de ventos fortes, com possibilidade de chegar a 100 km/h.

A ventania foi causada pela rápida incursão de uma frente fria vindo da Argentina. O fenômeno foi potencializado por um ciclone extratropical que atua no Oceano Atlântico, próximo à costa do Sul do País. "Esse sistema avançou muito rápido e causou uma mudança intensa na pressão atmosférica, o que aumentou a velocidade dos ventos", explicou ao Estadão a meteorologista Ana Beatriz Porto da Silva, do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

No Paraná, as rajadas de vento ultrapassaram os 100 km/h, de acordo com o Simepar. Na estação de Laranjeiras do Sul, no centro-sul paranaense, a cerca de 365 km de Curitiba, foram registrados ventos de até 119 km/h. A velocidade é equivalente a um furacão de categoria 1 na escala Saffir-Simpson.

Outros quatro municípios do Paraná registraram rajadas de vento acima dos 100 km/h, de acordo com o Simepar: Ubiratã (centro-oeste), Palmas (centro-sul), Guarapuava (centro-sul) e Campo Mourão (centro-oeste).

Em Curitiba, os ventos chegaram a 97,9 km/h. De acordo com a prefeitura, até as 19h, foram registradas 406 ocorrências relacionadas a quedas de árvores ou galhos em vias públicas. Houve, pelo menos, 37 destelhamentos. Na capital, não houve registro de feridos ou desabrigados.

A frente fria potencializada pelo ciclone extratropical continua a avançar pelo Sul e Sudeste do Brasil. "A tendência é de que a passagem da frente fria afaste as nuvens, diminuindo o volume de chuva e causando o declínio acentuado das temperaturas", avaliou a meteorologista Ana Beatriz Porto da Silva.

Depois de afetar a região Sul do País, na tarde e noite desta terça-feira, a massa de ar frio ingressa em São Paulo. O sistema deve derrubar as temperaturas no estado paulista nesta quarta-feira, 1º.

De acordo com o sistema Alerta Rio, o fenômeno não trará chuva forte para a capital fluminense, mas os ventos devem ser intensos (até 75,9 km) nesta quarta-feira, 1º. A Marinha do Brasil também publicou aviso de ressaca no Rio.

Estadão
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