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Caso Ruy Ferraz Fontes: subsecretário pede exoneração após ser alvo de mandados de busca e apreensão

Sandro Rogério Pardini atuava na pasta de Gestão e Tecnologia de Praia Grande. Defesa afirma que servidor 'não possui qualquer envolvimento, direto ou indireto' com o crime

3 out 2025 - 15h39
(atualizado às 19h45)
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O subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, Sandro Rogério Pardini, pediu exoneração do cargo nesta sexta-feira, 3, após ser alvo de mandados de busca e apreensão relacionados à morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes.

A informação foi divulgada pelos advogados Octavio Rolim e Patrícia de Britto, à frente da defesa de Pardini. Procurada, a prefeitura de Praia Grande confirmou o pedido e disse que a exoneração foi publicada no Diário Oficial do Município.

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A defesa de Pardini afirma, na nota, que a decisão foi tomada com o "propósito exclusivo" de direcionar todos os esforços do subsecretário ao esclarecimento dos fatos e ao amparo de sua família.

O comunicado afirma ainda que Pardini "não possui qualquer envolvimento, direto ou indireto", na execução do delegado Ruy Ferraz Fontes, ocorrida no último dia 15 em Praia Grande, e que ele está à disposição para colaborar com as autoridades nas investigações.

Subsecretário Sandro Rogério Pardini foi alvo de mandados busca e apreensão; nesta sexta, pediu exoneração do cargo
Subsecretário Sandro Rogério Pardini foi alvo de mandados busca e apreensão; nesta sexta, pediu exoneração do cargo
Foto: Sandro Pardini/Facebook/Reprodução / Estadão

Como mostrou o Estadão mais cedo, além de Pardini, outros quatro funcionários públicos da cidade no litoral de São Paulo foram alvos de mandados de busca e apreensão relacionados ao caso.

As investigações apontam que eles não estão, neste primeiro momento, na condição de suspeitos, mas que os materiais coletados podem ajudar na resolução do assassinato de Ferraz Fontes, que atuava como secretário de Administração de prefeitura de Praia Grande.

Foram cumpridos, ao longo dos últimos dias, mandados de busca e apreensão em ao menos oito endereços da Baixada Santista. Com Pardini, foram apreendidos celular, computadores, três pistolas, R$ 50 mil em espécie, mil euros e 10 mil dólares em sua residência.

Em um maço de cédulas, havia bilhetes com anotações contendo nomes de um homem e uma mulher. Os dólares estavam no envelope de uma corretora de câmbio. Foram apreendidos também cartões bancários, três registros de armas de fogo e um registro de CAC (Colecionador, Atirador, Caçador).

A prefeitura de Praia Grande afirma ter "pleno conhecimento das duas frentes de investigação em andamento e entende que seja procedimento da apuração que servidores sejam ouvidos pelas autoridades, podendo colaborar com o esclarecimento dos fatos".

Segundo a pasta, com exceção de Pardini, os demais servidores seguem no quadro de funcionários. A prefeitura de Praia Grande afirma colaborar integralmente com as investigações.

A operação foi coordenada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, e contou com apoio da Polícia Civil de Santos e Praia Grande. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços nos municípios de Santos, Praia Grande e São Vicente.

A defesa do subsecretário diz analisar os elementos que foram colhidos até o momento, sobretudo aqueles que culminaram na busca e apreensão contra Pardini.

"Destacamos que os objetos e bens apreendidos não possuem qualquer relação com os fatos, o que foi comprovado pela documentação juntada e confirmado nos esclarecimentos prestados por Sandro, frisa-se, ouvido na qualidade de testemunha", diz nota enviada mais cedo à reportagem.

Relembre o caso

Ferraz Fontes foi fuzilado após encerrar o expediente na Prefeitura de Praia Grande, onde era secretário de Administração. Ele foi alvo de tiros e teve seu veículo prensado por um ônibus em seguida. Os bandidos desembarcaram do carro portando fuzis e efetuaram diversos disparos contra o ex-delegado-geral.

As investigações apontam que o crime foi minuciosamente planejado e executado de forma ostensiva, em rua movimentada, com emprego de armas potentes.

Como delegado, Ferraz Fontes ficou conhecido por seu trabalho contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). O Secretário da Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite, diz que "não há dúvidas" do envolvimento da facção no crime.

Não foi descartada, ainda assim, uma possível relação do crime com a atividade exercida pelo secretário. Conforme o prefeito Alberto Mourão (MDB), Ferraz trabalhava em projetos para reduzir gastos da prefeitura, como a substituição da frota convencional por veículos elétricos.

O secretário assassinado cuidava do quadro de pessoal, aprovava os planos de carreira, mas também tinha autonomia para adotar ferramentas que conferissem maior transparência à gestão.

O DHPP já identificou oito suspeitos de envolvimento no crime. Quatro estão presos, entre eles um possível executor. Outro suspeito de ser atirador foi morto em confronto com a polícia no Paraná. A investigação trabalha para esclarecer a motivação e prender eventuais mandantes. /COLABOROU JOSÉ MARIA TOMAZELA

Estadão
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