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Após 20 anos, brasileiro é apontado como autor de três assassinatos na Flórida

Autor dos crimes morreu em acidente aéreo em 2005; apenas no início deste ano, investigadores americanos conseguiram exumar o corpo para coletar material genético decisivo para o caso

1 set 2021 - 10h57
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MIAMI — Mais de 20 anos após os assassinatos de três mulheres nos Estados Unidos, as autoridades da Flórida apontaram o brasileiro Roberto Wagner Fernandes como o autor pelos crimes, graças a exames de DNA realizados em seus restos mortais. "A justiça nunca expira", disse nesta terça-feira o xerife do condado de Broward, Gregory Tony, em entrevista coletiva.

Fernandes fugiu dos EUA após os assassinatos, que ocorreram entre 2000 e 2001 e morreu, posteriormente, em um acidente aéreo. O brasileiro, segundo o Escritório do Xerife de Broward, foi acusado de ser o responsável pelas mortes de Kimberly Dietz-Livesey, Sia Demas e Jessica Good.

"Os casos chegaram às manchetes (de jornais), mas logo passaram para um segundo plano", relembrou Tony, que lidera a unidade que realizou as investigações junto com a polícia do condado vizinho de Miami-Dade.

Em junho de 2000, foi encontrado o corpo de Dietz-Livesey, dentro de uma mala, em uma estrada da localidade de Cooper City, no sul da Flórida. Em agosto do mesmo ano, o corpo de Demas foi achado em uma bolsa de lona, em outra estrada, perto de Denia Beach, e um ano mais tarde, o de Good, flutuando em Biscayne Bay, em Miami-Dade. As investigações indicaram que os três casos apresentavam padrões similares, e a evidência de DNA obtida apontava que havia um mesmo autor para os três assassinatos.

Fernandes, que na ocasião vivia em Miami, se tornou suspeito na época, mas acabou voltando para o Brasil após a descoberta do corpo de Good. As equipes que averiguavam o caso viajaram para o Brasil, com o objetivo de recolher amostras de DNA de Fernandes e, então, descobriram que ele havia morrido em um acidente aéreo em 2005. Apenas entre o fim do ano passado e início deste, os investigadores conseguiram exumar o corpo do brasileiro para coletar mais material genético.

Fernandes já havia sido acusado de assassinar a esposa no Brasil, em 1996, mas acabou sendo absolvido. Além disso, tinha contra ele outras acusações de crimes violentos contra mulheres e chegou a ser apontado como suspeito por um estupro cometido em 2003.

O Escritório do Xerife de Broward informou que o brasileiro trabalhava para uma companhia de viagens em Miami, e que um veículo da empresa chegou a ser averiguado para a coleta de amostras de DNA e ligá-lo com os assassinatos. "Esperamos 20 anos, e nunca pensamos que teríamos uma conclusão. Mas a colaboração de todos esses departamentos de aplicação da lei nos trouxe isso", disse Michael Livesey, viúvo de Kimberly Dietz-Livesey./EFE

Estadão
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