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Brumadinho: Bombeiros param buscas e esvaziam região por risco de novo rompimento de barragem

Porta-voz do Corpo de Bombeiros afirmou que desde sábado as equipes técnicas já sabiam desse risco e iniciaram o bombeamento da água para tentar esvaziar a barragem o máximo possível e diminuir as chances de rompimento.

27 jan 2019 - 08h26
(atualizado às 09h50)
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Bombeiros acionaram sirene às 5h30 ordenando para que moradores da região da Mina do Córrego do Feijão a procurar um lugar mais alto da cidade
Bombeiros acionaram sirene às 5h30 ordenando para que moradores da região da Mina do Córrego do Feijão a procurar um lugar mais alto da cidade
Foto: EPA / BBC News Brasil

O Corpo de Bombeiros de Brumadinho acionou às 5h30 deste domingo um alarme de emergência na região da Mina do Córrego do Feijão por conta do risco do rompimento de uma nova barragem. De acordo com o coronel Angelo, que comanda a operação de resgate, técnicos informaram que há um "risco iminente de rompimento" da barragem B6, que está armazenada com água.

O tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, afirmou que desde sábado as equipes técnicas já sabiam desse risco e iniciaram o bombeamento dessa água para tentar esvaziar a barragem o máximo possível e diminuir as chances de rompimento.

"Nossa maior preocupação é a região de Parque da Cachoeira. Estamos com equipes da Academia de Bombeiros nessa região para evacuar as cerca de 25 casas dessa região. Devido ao risco de rompimento da barragem, os trabalhos de busca estão interrompidos", afirmou Aihara.

A repórter da BBC News Brasil Amanda Rossi está na região de Brumadinho e afirmou que os acessos à cidade foram bloqueados para impedir que pessoas retornem para a área próxima ao córrego. Apenas equipes de resgate estão autorizadas a ficar na área.

"A Vale está trabalhando desde a madrugada com a drenagem da água. Estamos estimando em 37 horas (a partir de 5h de sábado) para conseguir colocar em situação de segurança. A água drenada segue o leito do rio", explicou Anderson de Almeida, coordenador operacional dos bombeiros de Minas Gerais no fim da tarde de sábado.

As equipes de resgate estão orientando para que todos os moradores da região se dirijam a uma área mais segura. Todos os canais oficiais e redes sociais de Brumadinho também emitem mensagens de alerta."Atenção, emergência. Procurem o local mais alto da cidade", dizia o alarme.

Ao menos 34 pessoas morreram após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale no município de Brumadinho, localizada na zona metropolitana de Belo Horizonte. O número de vítimas já supera o da tragédia em Mariana, que deixou 19 mortos. Ao menos 81 pessoas estão desabrigadas e 23 recebem atendimento em hospitais. Outras 296 seguem desaparecidas.

De acordo com o governo de Minas Gerais, 366 foram resgatados, sendo 221 funcionários da Vale e 145 terceirizados. No começo da tarde desde sábado, a mineradora informou que 412 pessoas, entre funcionários e profissionais terceirizados, não puderam ser contatados.

Mapa
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Foto: BBC News Brasil

As buscas foram interrompidas às 20h de sábado e não foram retomadas na manhã de domingo por conta do risco de mais um rompimento.

O juiz do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) Renan Chaves Carreira Machado, a pedido da Advocacia Geral do Estado (AGE), determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões das contas da empresa Vale, após o rompimento da barragem. O valor deve ser disponibilizado em uma conta judicial.

A medida, proposta pelo Estado de Minas Gerais e decidida pela Justiça em caráter liminar, busca oferecer "imediato e efetivo amparo às vítimas e redução das consequências (...) e na redução do prejuízo ambiental".A decisão determina, ainda, que a empresa apresente, em até 48 horas, "um relatório sobre as ações de amparo às vítimas, adote medidas para evitar a contaminação de nascentes hidrográficas, faça um planejamento de recomposição da área afetada e elabore, de imediato, um plano de controle contra a proliferação de pragas e vetores de doenças diversas".

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