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Brasil libera mosquitos estéreis com drones para combater Zika no Nordeste

25 abr 2018 - 16h06
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Milhões de mosquitos estéreis serão soltos por drones em partes do Brasil para combater o Zika vírus, depois de testes de campo bem-sucedidos que foram saudados pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um "avanço".

Mosquito Aedes aegypti geneticamente modificado em Piracicaba
 26/10/2016     REUTERS/Paulo Whitaker
Mosquito Aedes aegypti geneticamente modificado em Piracicaba 26/10/2016 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Uma vez soltos, os mosquitos Aedes aegypti estéreis criados em laboratório copulam com fêmeas, mas não produzem ovos viáveis, explicou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O Aedes aegypti transmite Zika, dengue e febre amarela picando humanos.

"Você pode diminuir a população de mosquitos ao longo do tempo e reduzir a próxima geração de mosquitos em até 99 por cento", disse Jeremy Bouyer, cientista da agência da ONU.

    "Antes não tínhamos como soltar mosquitos pelo ar. Mas agora, com o uso de drones, este é um avanço, já que permite a liberação de mosquitos em larga escala e reduz muito os custos", disse ele à Thomson Reuters Foundation.

    Entre 2015 e 2016 o Brasil foi duramente atingido pela epidemia de Zika, um vírus ligado a problemas de nascença em milhares de bebês.

    Até agora os mosquitos estéreis eram liberados usando métodos demorados e trabalhosos, muitas vezes com caminhões, e algumas áreas não eram cobertas por estarem isoladas por estradas ruins e enchentes.

    A AIEA, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) e a organização sem fins lucrativos WeRobotics, que dedica sua tecnologia ao desenvolvimento, soltaram cerca de 280 mil mosquitos em um teste usando aeronaves de controle remoto adaptadas especialmente para o Nordeste do país no mês passado.

    "Usando o drone, tratar 20 hectares só nos tomou cinco minutos", contou Bouyer.

    O Brasil planeja liberar até um milhão de mosquitos por semana durante um período de três meses no final de 2018 ou início de 2019, o auge da estação de mosquitos, perto das cidades de Juazeiro e Recife, explicou.

    "Até onde sei, esta é a primeira vez que uma quantidade tão grande de mosquitos foi liberada com sucesso de um drone", disse Adam Klaptocz, cofundador da WeRobotics.

    "Estamos oferecendo a maneira de liberar quantidades muito grandes de mosquitos no meio ambiente de maneira escalonada e eficiente."

Aperfeiçoamentos já estão sendo feitos no drone, que pode ser comprado "em qualquer loja", e no programa para que mais insetos possam ser transportados a cada voo, disse ele.

    Várias milhões de pessoas morrem todos os anos devido a doenças transmitidas por mosquitos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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