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Brasil registra 98 mortes por febre amarela desde julho

7 fev 2018 - 17h50
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Ministério da Saúde confirma 353 casos da doença desde meados do ano passado. Maioria das ocorrências é registrada no estado de São Paulo. Suposta transmissão urbana é investigada.O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (07/02) que desde julho do ano passado foram confirmados 353 casos de febre amarela e 98 mortes em decorrência da doença.

Foto: DW / Deutsche Welle

Ao todo, foram notificadas 1.286 suspeitas, sendo que 510 foram descartadas, e outras 423 ocorrências permanecem em investigação.

O número de casos confirmados e mortes é menor do que o registrado no período anterior. De acordo com o último boletim, entre julho de 2016 e fevereiro de 2017 foram confirmados 509 casos e 159 mortes causadas pela febre amarela no país.

A maioria dos casos confirmados foi registrada no estado de São Paulo (161), seguido por Minas Gerais (157), Rio de Janeiro (34) e Distrito Federal (1). As mortes ocorreram também nessas quatro unidades federativas, tendo a maioria sido registrada em Minas Gerais (44).

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O Ministério da Saúde reafirmou ainda que não há registros confirmados de febre amarela urbana, porém, acrescentou que o caso de um paciente internado com a doença na cidade de São Bernardo do Campo, localizada nas proximidades de São Paulo, está sendo investigado pela Secretaria Estadual de Saúde.

"Deve ser observado que o paciente mora na região urbana, e possivelmente trabalha na área rural. Qualquer afirmação antes da conclusão do trabalho é precipitada. É importante informar que São Bernardo do Campo é uma das 77 cidades dos três estados do país (São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia) incluídas na campanha de fracionamento da vacina de febre amarela", acrescentou.

Baixo risco de transmissão urbana

O último caso de transmissão de febre amarela em áreas urbanas foi registrado no país em 1942. O ministério destacou que probabilidade da transmissão urbana da doença, que seria por meio do Aedes aegypti, é considerada "baixíssima" devido a uma série de fatores.

"Todas as investigações dos casos de febre amarela conduzidas até o momento indicam exposição a áreas de matas; em todos os locais onde ocorreram casos humanos, também ocorreram casos em macacos; todas as ações de vigilância entomológica, com capturas de vetores urbanos e silvestres, não encontraram presença do vírus em mosquitos do gênero Aedes", diz a nota do ministério.

"Além disso, há boas coberturas vacinais nas áreas de recomendação de vacina e uma vigilância muito sensível para detectar precocemente a circulação do vírus em novas áreas para adotar a vacinação oportunamente", acrescentou.

Em janeiro, diante ao aumento dos casos da doença, o ministério iniciou uma campanha de vacinação, com o uso da dose fracionada, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A Bahia também foi incluída na ação a partir de 19 de fevereiro.

A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando há aumento de casos e risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional.

O Ministério da Saúde destacou que desde 2017 já enviou aproximadamente 58,9 milhões de doses da vacina para todo o país.

A febre amarela é causada pelo vírus da família flaviviridae. A doença infecciosa febril aguda pode levar à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. Ela é transmitida por mosquitos, entre eles o Aedes aegypti - o mesmo da dengue, zika e febre chikungunya -, e é comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus.

CN/lusa/abr/ots

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