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Bolsonaro pede acesso aos depoimentos de ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica

No requerimento, a defesa do ex-presidente solicita ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, uma "atualização dos autos"

6 mar 2024 - 12h39
(atualizado às 15h33)
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Resumo
O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu ao STF acesso aos depoimentos dos ex-comandantes dos Exército e da Aeronáutica sobre as articulações golpistas.
Jair Bolsonaro Ueslei MarcelinoqFile Photo/Reuters
Jair Bolsonaro Ueslei MarcelinoqFile Photo/Reuters
Foto: Ueslei Marcelino / File Photo Reuters

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acesso aos depoimentos dos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior. No requerimento, a defesa do ex-presidente solicita uma "atualização dos autos" com os "termos de declarações referentes às últimas oitivas realizadas". As informações são do jornal O Globo

Os ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, forneceram detalhes à Polícia Federal (PF) sobre as articulações golpistas articuladas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Em depoimento, eles afirmaram ter participado de uma reunião convocada por Bolsonaro para discutir uma minuta de um decreto golpista.

Segundo o jornalista Aguirre Talento, as oitivas foram considerados cruciais pelos investigadores, pois confirmaram as suspeitas iniciais da investigação e acrescentaram novos elementos para aprofundar o caso. Em depoimento na última sexta-feira, 1º, por exemplo, Freire Gomes confirmou sua presença na reunião relacionada ao decreto golpista.

Conforme informações da CNN, fontes próximas à investigação informaram que o ex-comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, também confirmou sua presença na mencionada reunião. Entretanto, o conteúdo dos depoimentos permanece sob sigilo.

Os depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica confirmam as informações fornecidas na delação premiada de Mauro Cid. Já o comandante da Marinha optou por permanecer em silêncio durante seu depoimento à PF.

Acampamentos golpistas

Freire Gomes, afirmou à PF que não ordenou a remoção do acampamento instalado em frente ao quartel-geral (QG) de Brasília por ordem do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Apoiadores do candidato derrotado em 2022 montaram estruturas ao redor de quartéis do Exército, solicitando a intervenção dos militares para manter Bolsonaro no poder, independentemente do resultado das urnas -- que apontou vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Em 11 de novembro de 2022, Freire Gomes, junto aos então comandantes da Marinha, Almir Garnier, e da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos de Almeida Baptista Junior, assinaram uma nota intitulada 'Às Instituições e ao Povo Brasileiro', no qual se referiam aos acampamentos bolsonaristas como "manifestações populares".

Próximo ao término do mandato de Bolsonaro, em 29 de dezembro, o general Gustavo Henrique Dutra, que estava à frente do Comando Militar do Planalto, ordenou o desmantelamento do acampamento no QG de Brasília. A justificativa era reduzir o risco de confronto entre apoiadores de Bolsonaro e simpatizantes de Lula, que começavam a se dirigir à capital federal para acompanhar a posse do presidente eleito.

No entanto, a ordem foi suspensa por Freire Gomes, que entrou em contato com o general no mesmo dia e vetou qualquer intervenção no acampamento, alegando ter recebido instruções do então presidente Bolsonaro.

A oitiva de Freire Gome chamou a atenção por implicar diretamente o ex-presidente na trama. Quem também confirmou a ação de Jair Bolsonaro às autoridades foi o brigadeiro Carlos de Almeida Batista Jr. As informações são da jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo

Fonte: Redação Terra
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