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Ato rejeita a existência de racismo em Portugal

27 jun 2020 - 16h14
(atualizado às 16h38)
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Protesto leva cerca de mil pessoas ao centro de Lisboa, em resposta às manifestações antirracismo após morte de George Floyd. Participantes gritam slogans como "a polícia quer respeito" e "policial bom é policial vivo".Cerca de mil pessoas foram às ruas de Lisboa neste sábado (27/06) para negar que haja racismo em Portugal sob o lema "Portugal não é racista".

Passeata convocada pelo partido Chega percorreu o centro de Lisboa
Passeata convocada pelo partido Chega percorreu o centro de Lisboa
Foto: DW / Deutsche Welle

Convocada pelo partido de ultradireita Chega, a marcha percorreu o centro da capital portuguesa, terminando na Praça do Comércio. Muitos dos manifestantes portavam a bandeira de Portugal e foram instruídos pelos organizadores a respeitar as normas de segurança, incluindo distanciamento e uso de máscaras.

O ato foi convocado como uma resposta às manifestações promovidas após a morte de George Floyd pela polícia nos Estados Unidos, denunciando racismo e violência policial em Portugal.

Os participantes gritaram slogans como "a polícia quer respeito", "políticos elitistas, Portugal não é racista" e "policial bom é policial vivo".

"Queremos combater a ideia segundo a qual os portugueses são racistas e as forças policiais, criminosas", explicou o deputado André Ventura, líder do partido Chega, que entrou no Parlamento português nas eleições de outubro do ano passado.

"Ninguém nos pode dar lições de história. Temos 500 anos de história, de vínculos com outros povos", ressaltou Ventura ao discursar diante dos manifestantes. Advogado de 37 anos e ex-comentarista de futebol, ele é o único representante do Chega no Parlamento português e regularmente provoca controvérsias com seus comentários contra minorias étnicas.

Em janeiro, Ventura disse que uma deputada negra com dupla cidadania luso-guineense deveria ser "devolvida ao seu próprio país", depois que ela propôs que itens nos museus portugueses fossem

enviados de volta aos seus países de origem.

Um mês depois, Ventura negou que o atacante do Porto Moussa Marega, que abandonou uma partida de futebol após insultos racistas das arquibancadas, tenha sido vítima de racismo.

"Portugal sempre acolheu outros povos", afirmou Jorge Rodrigues, um dos manifestantes. Proveniente de Faro, no sul do país, ele usava uma máscara nas cores verde e vermelho, da bandeira de Portugal.

"É a esquerda radical que transmite essa imagem errada de país racista", disse à agência de notícias AFP, Leonel Neves, um comerciante de 63 anos que disse estar numa manifestação pela primeira vez.

Uma pesquisa divulgada também neste sábado pelo jornal Público revela que 62% dos portugueses manifestam alguma forma de racismo. Realizada pelo European Social Survey (ESS), a sondagem ouviu 1.055 portugueses.

MD/afp/lusa/efe/rtr

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