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Como um fotógrafo alemão ajudou a revelar a escravidão no Brasil

Alberto Henschel se mudou para Recife em 1866 e se consolidou como um dos fotógrafos mais famosos do país

23 mai 2024 - 05h00
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Resumo
O fotógrafo alemão Alberto Henschel se destacou pelos seus retratos de pessoas escravizadas em Recife, Pernambuco. Durante a década de 1860, com seus cartões de visita, ele capturou a essência das pessoas em um período antecedente à abolição da escravidão no Brasil.
Os fotógrafos Alberto Henschel (à direita) e Constantino Barza, em 1870
Os fotógrafos Alberto Henschel (à direita) e Constantino Barza, em 1870
Foto: Wikimedia Commons

O fotógrafo alemão Alberto Henschel desembarcou no Porto de Recife, em Pernambuco, em maio de 1866. Nascido em Berlim, na Alemanha, o fotógrafo ficou conhecido por seus retratos de pessoas escravizadas. Mais de 20 anos depois, em 1888, a abolição da escravidão no Brasil seria aprovada por meio da Lei Áurea.

Assim como nos retratos da elite branca, Alberto fotografava os escravos no formato carte-de-visite (cartão de visita, em português), um tipo de fotografia de tamanho 9,5 x 6 cm que se popularizou durante a década de 1860. 

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Podendo ser trocado entre familiares, amigos e outras pessoas, esses registros davam ao fotografado um determinado status social, visto que o carte-de-visite era comumente usado pela nobreza e grandes comerciantes.

Feitas em seu estúdio, Alberto buscou capturar a essência das pessoas em um período que antecedeu a Lei Áurea. 

Alberto Henschel 

Com a abertura de estúdios em outras regiões como Salvador e Rio de Janeiro, o fotógrafo ganhou cada vez mais reconhecimento e participou de diversos eventos de fotografia, como a Exposição da Academia Imperial de Belas Artes e a Exposição Universal de Viena, onde obteve uma medalha de ouro e outra de mérito, respectivamente.

Os trabalhos de Alberto eram vistos por todos. Ao lado do amigo Francisco Benque, o fotógrafo se especializou na produção de retratos e paisagens no Rio de Janeiro, habilidades que chamaram a atenção da Corte. Em 1874, Alberto e seu parceiro de trabalho receberam o título de Fotógrafo da Casa Imperial.

Depois do título, o fotógrafo inaugurou um novo ateliê, em 1882, desta vez em São Paulo, sendo muito bem recebido pela população que já conhecia suas obras. Alberto, no entanto, morreu em junho daquele ano, deixando para trás inúmeros trabalhos que revelaram a escravidão no Brasil.

Fonte: Redação Nós
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