A publicação detalhada do mapa do código genético humano nesta segunda-feira confirma que o genoma humano tem menos genes do que o previsto. Homens e mulheres têm cerca de 30 mil genes, apenas duas vezes mais do que uma mosca, e traz várias informações que os pesquisadores devem explorar para criar medicamentos no futuro.Anunciado como um fato histórico da ciência, o estudo estará disponível em várias capitais como Washington, Tóquio, Londres, Paris e Berlim e, de forma simultânea, será publicado pelas famosas revistas científicas Nature e Science. O levantamento também estará disponível na Internet.
As equipes envolvidas na decifração do genoma, o Projeto Genoma Humano (instituição financiada com recursos públicos) e a Celera Genomics Corporation (empresa privada), divulgarão os três estágios da pesquisa: encadear a seqüência, montar os genes e explicar sua função. Na fase de encadeamento, os pesquisadores identificaram quase 3,5 bilhões do que chamam de "letras químicas" (ACGT) e formam o DNA humano, a unidade mínima de cada gene. Já na "montagem", os cientistas colocaram as letras na ordem correta, permitindo a "leitura" de cada um dos genes.
Craig Venter, presidente do Celera Genomics, informou à CNN que a equipe dele encadeou a seqüência de 99 por cento do genoma humano e "montou" 3,21 bilhões de letras do código genético. Porém, a etapa mais difícil de toda a pesquisa ainda está para acontecer: a identificação da função de cada gene dentro do corpo humano.
Esta última fase da pesquisa pode consumir décadas de trabalhos, mas os cientistas se mostram esperançosos com relação à evolução das pesquisas. "Veremos uma proliferação de descobertas genéticas sobre diabetes, problemas cardíacos, pressão alta, esclerose múltipla, esquizofrenia e tantas outras", disse o Dr. Francis Collins, do Projeto Genoma Humano, à CNN.
Venter concorda e emenda dizendo que o trabalho contínuo levará à descoberta de novos medicamentos que provavelmente permitirão a economia de bilhões e dólares por ano em pesquisa. Em entrevista à BBC, os cientistas ainda alertaram que o conhecimento profundo da vida poderá ter impactos sociais, étnicos e legais. De qualquer maneira, os cientistas já se sentem satisfeitos com as etapas vencidas até aqui, permitindo que novas gerações de pesquisadores estejam cada vez mais perto da cura de doenças terríveis para a humanidade.
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