Tropas israelenses isolaram hoje (14) comunidades palestinas, paralisando a vida na Cisjordânia e faixa de Gaza em retaliação a mortais emboscadas palestinas que assinalaram uma escalada nas sete semanas de confrontos. Três palestinos, incluindo dois jovens de 16 e 13 anos, foram mortos e 15 ficaram feridos a tiros por soldados israelenses enquanto jogavam pedras contra os militares na Cisjordânia e Gaza, informaram fontes hospitalares. Desde 28 de setembro, 209 pessoas foram mortas, na vasta maioria palestinos.O primeiro-ministro israelense, Ehud Barak, encurtou uma viagem ao exterior e convocou uma reunião de emergência de seu gabinete de segurança para a noite de hoje a fim de discutir novas retaliações ao assassinato na segunda-feira de quatro israelenses - um professor, um motorista de caminhão e dois soldados - por atiradores palestinos. Barak, em viagem dos Estados Unidos para Israel, cancelou um encontro hoje em Londres com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
O novo estágio de confrontação entre israelenses e palestinos configurou-se como uma guerra pelas estradas da Cisjordânia. Comentaristas militares israelenses disseram que o exército estava considerando novas restrições a viagens de palestinos, como a proibição de carros com placas palestinas em certas estradas da Cisjordânia em certas horas.
O ministro do gabinete israelense Binyamin Ben-Eliezer, que substitui Barak como primeiro-ministro em vista da viagem do titular, disse que "se no momento a situação é ruim para nós, ela vai ser muito ruim para eles (palestinos)". Ben-Eliezer afirmou que os atiradores que mataram ontem os israelenses parecem ser militantes do grupo Jihad Islâmica, mas sublinhou que os ataques foram executados com o conhecimento e apoio do líder palestino Yasser Arafat.
Não houve comentários imediatos por parte de Arafat, que estava em viagem da cúpula islâmica em Doha para Gaza. Os palestinos, enquanto isso, disseram que irão manter civis e militares israelenses fora das vilas da Cisjordânia, a partir de amanhã, aniversário da simbólica proclamação de um Estado palestino que Arafat fez no exílio em 1988.
Tal iniciativa seria um desafio direto a Israel, desde que acordos de paz anteriores garantem a Israel o controle de segurança sobre as vilas na Cisjordânia. Ativistas palestinos irão também "cortar as estradas para colonos (judeus)", disse Hussein al Sheik, um oficial da facção Fatah, de Arafat.
Nenhum grupo assumiu responsabilidade pelas emboscadas a tiros de ontem. No passado, disparos contra carros em estradas só eram feitos por militantes islâmicos ou partidários de facções radicais da OLP opostas à paz com Israel.
Leia mais:
» Segundo palestino morto por balas israelenses hoje
» Soldados israelenses matam jovem palestino
» Israel acusa Jihad islâmica de fazer emboscada em Ramallah
» EUA enxergam chance de conversações em funeral de Lea Rabin
» Para Barak, Israel endureceu sua posição no processo de paz
» Israel se queixa da cobertura do Oriente Médio pela CNN
» Novas mortes fazem Barak desmarcar reuniões e voltar a Israel
» Entenda os conflitos no Oriente Médio