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Bush diz que eleição será apertada, mas confia na vitória

Domingo, 05 de novembro de 2000, 23h56min
As 48 horas finais da mais acirrada disputa pela presidência dos Estados Unidos em quase meio século mostravam hoje (05) o governador do Texas George W. Bush confiante na vitória em comícios na Flórida, um estado onde normalmente deveria vencer mas está atrás nas pesquisas, e o vice-presidente Al Gore implorando por votos em seu próprio estado natal de Tennessee, onde não pode perder mas a vantagem é de seu rival.

Com a maioria das pesquisas de opinião apontando entre 1 ponto e 5 pontos de margem a favor de Bush, mas algumas delas indicando também crescimento de Gore, e a briga indefinida em até uma dúzia de estados-chave na composição do colégio eleitoral de 538 votos que define o resultado, os dois contendores planejavam concentrar as horas finais de suas campanhas na Pensilvânia e nos estados do Meio-Oeste para tentar atrair para seu campo os 6% a 8% de indecisos - ou, no caso de Gore, os adeptos do candidato do Partido Verde, Ralph Nader, o qual, com 4% a 5% da preferência nacional, pode tirar-lhe votos suficientes em estados como Minnesota, Washington, Wisconsin e Maine para colocar Bush na Casa Branca.

Num esforço para evitar que isso ocorra mas preservar, ao mesmo tempo, as chances de Nader de chegar aos 5% da votação popular, que o habilitará a receber fundos federais na próxima campanha presidencial, militantes da ala esquerda do Partido Democrata iniciaram uma operação nacional de compensação eleitoral pela internet, no cite www.nadertrader.com. Eles oferecem votos democratas para o candidato do Partido Verde em estados já garantidos por Gore em troca do compromisso dos adeptos de Nader de votar pelo vice-presidente nos estados onde podem dar a margem de vitória a Bush.

A dificuldade de projetar com segurança o desfecho da batalha pela presidência era sublinhada hoje pelos indícios de uma possível inversão na expectativa de retomada da Câmara de Representantes pelos democratas e manutenção do mando republicano no Senado, mantida até agora por muitos analistas. Desdobramentos inesperados nas últimas 72 horas indicavam a possibilidade de ocorrer exatamente o oposto.

O tom das campanhas republicana e democrata, o ânimo dos candidatos, as tendências detectadas pelas sondagens nacionais de opinião, a leitura atenta dos grandes jornais e as previsões dos comentaristas que ousaram arriscar um palpite sugeriam uma probabilidade maior de Bush vencer, com uma apertada maioria conservadora no Congresso, do que Gore ser eleito e os democratas reconquistarem o controle do Capitólio. Mas cenários intermediários, com os poderes executivo e legislativo divididos entre os dois partidos, pareciam igualmente plausíveis.

Aliviado com resultados de pesquisas segundo as quais apenas 17% dos eleitores consideraram importante a revelação de que ele foi preso por dirigir bêbado 24 anos atrás e escondeu o fato, Bush retomou sua campanha no fim de semana com vigor redobrado. Seus assessores acham até que o episódio pode ajudá-lo junto a republicanos que não pretendiam votar mas que agora poderão ir às urnas por não aprovarem a tentativa dos democratas de usar politicamente uma questão trivial nos momentos finais da campanha. A estratégia de Bush é a de projetar a imagem de autoconfiança do competidor que chega à reta final com pique de vencedor. "Estamos numa corrida difícil e o resultado será apertado, mas a minha mensagem para todos os ocupantes de cargos eletivos é esta: em apenas três curtos dias, você passarão a contar com a minha ajuda", disse ele no sábado, em Michigan, onde recebeu o endosso do sindicato local dos condutores.

Empenhado em mobilizar o apoio do eleitorado negro do oeste do Tennessee, do qual depende para superar a vantagem de Bush, Gore chegou perto de mostrar sinais de desepero ao apresentar a eleição como uma "luta do bem contra o mal" num café da manhã, no sábado, com pastores protestantes e outros líderes religioso em Memphis. Hoje pela manhã, ao iniciar mais um giro pela Pensilvânia, Minnesota e Wisconsin, o vice-presidente mostrou-se confiante na vitória, em conversa com repórteres à bordo do Air Force Two. "Vamos vencer, pode escrever, vamos vencer", disse ele.

Entre 14 analistas consultados pelo Washington Post - uma amostragem imperfeita, que incluiu um número maior de republicanos -, apenas quatro davam hoje a vitória a Gore. Mas, mesmo um exercício de bola de cristal como o do Post trazia opiniões supreendentes e ilustrativas do clima de indefinição no qual os americanos irão às urnas depois de amanhã. William Kristol, o editor do semanário conservador Weekly Standard e ex-alto funcionário da Casa Branca na administração do presidente George H. Bush, o pai do candidato republicano, acha que Gore vencerá com 47% contra 46% para Bush na votacão popular e uma maioria mais confortável de 317 a 221 votos no colégio eleitoral.

A exemplo das pesquisas de opinião, as projeções do colégio eleitoral eram hoje todas favoráveis a Bush. Estimativas parciais feitas pela agência Reuters, pela rede de televisão ABC e pelo Washington Post punham o candidato republicano na dianteira por 209 a 196, 213 a 182 e 251 a 215, respectivamente, com o saldo dividido entre estados onde a eleição pode ir para qualquer dos lados. Para vencer, são necessários 270 votos eleitorais. Mas havia, ao mesmo tempo, sinais de que o comparecimento dos eleitores nas urnas superará as previsões - um dado que, a se confirmar, tende a beneficiar Gore. E as pesquisas o mantinham no páreo, indicando vantagem para o vice-presidente na Flórida, Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Illinois e Iowa e mantinham sua liderança na Califórnia, Nova York e Nova Jersey.

Mas novas tendências demográficas que alteraram o mapa político de vários estados e regiões do país, a influência nacionalizadora que a internet e a televisão a cabo parece estar tendo no debate político e a menor disposição dos eleitores de responder a pesquisas de opinião (apenas 35% o fizeram este ano, em comparação com mais de 60% quatro anos atrás) são elementos imponderáveis e que, nas palavras do colunista do Washington Post e analista da Fundação Brookings, E.J.Dionne, devem revelar surpresas quando a apuração dos votos começar, na terça-feira à noite. "Esta campanha deixou os comentaristas confusos", escreveu ele hoje, "e poderá ainda negar algumas das mais veneráveis premissas" usadas pelos analistas da política americana.

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Agência Estado

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