A controvérsia criada quando o governador do Texas, George W. Bush, admitiu tardiamente que foi preso por dirigir bêbado no Estado de Maine, em 1976, quando tinha 30 anos, aumentou ontem depois que o jornal Dallas Morning News revelou que o candidato republicano à Casa Branca mentiu a um de seus repórteres, numa entrevista em 1998, ao ser perguntado se havia sido preso depois de uma breve detenção que sofreu quando era estudante em 1966, por conduta desordeira. "Ele respondeu ´não´ ... e sua assessora de imprensa cortou a conversa", escreveu o repórter Wayne Slater. Bush acusou a campanha de seu oponente, o vice-presidente Albert Gore, de estar "jogando sujo" e promovendo a divulgação de informações embaraçosas às vésperas da eleição da próxima terça-feira, que continua empatada e imprevisível.
Mas o fato é que, por trivial que seja o episódio que a provocou, a controvérsia manteve o candidato republicano na defensiva no momento decisivo da campanha e, mais importante, neutralizou seus ataques contra a credibilidade "da administração Clinton-Gore", bem como sua promessa de "sempre dizer a verdade".
O governador do Texas voltou a dizer, em comício, na sexta-feira, que cometeu "muitas tolices na juventude”, das quais não se orgulha, mas que aprendeu com seus erros. Bush afirma que abandonou as bebidas alcoólicas há 14 anos.
Durante a campanha, ele se recusou a responder diretamente se havia usado drogas. Limitou-se a dizer que passaria no teste de credenciais de segurança preparado pelo FBI para altos funcionários do governo. O teste inclui a pergunta: "você usou drogas nos últimos 25 anos?"
Preocupada em conter danos, a assessoria do vice de Bush, Dick Chenney, informou ontem que ele foi preso duas vezes na juventude por dirigir embriagado, em Wyoming. Gore, que admitiu no início da campanha ter fumando maconha quando estava na universidade, esclareceu que é mais virtuoso do que seu rival no departamento de trânsito: levou apenas duas multas por dirigir acima do limite de velocidade, ambas há mais de 30 anos; ele conseguiu convenceu o juiz a anular uma e pagou US$ 21,75 para acertar a outra.