Atualizado às 13 horas
Um submarino nuclear russo está parado desde domingo no fundo do mar de Barents, no Ártico, com cerca de cem tripulantes a bordo. Os marinheiros - entre 107 e 130 - correm o risco de ficar sem oxigênio. Segundo a agência de notícias russa Itar-Tass, alguns deles podem já ter morrido.Inicialmente, a Marinha russa havia informado que a situação estava sob controle. Porém, momentos depois, o almirante Vladimir Kuroyedov, declarou ter ocorrido uma colisão séria, provavelmente com uma embarcação estrangeira, e que as chances de resgate eram pequenas.
Segundo o departamento de imprensa da Marinha russa, o submarino não carregava armas nucleares e não há risco imediato de vazamento de radiação ou de explosão.
Cinco navios e três submarinos estão na área tentando retirar a tripulação. O local exato do acidente não foi divulgado mas, em sua parte mais profunda, o mar de Barents tem cerca de 150 metros.
Informações preliminares indicavam que os tubos de torpedo do submarino haviam sido inundados, mas o porta-voz da marinha negou a informação, relatando apenas a ocorrência de "falhas técnicas não-especificadas".
O submarino, da classe Oscar, tem autonomia para ficar submerso por até cem dias mas, em caso de entrada de água na embarcação, a equipe de resgate tem um tempo muito curto para retirar a tripulação, que não pode usar o tubo de saída de torpedo - operação prevista em casos de emergência. Outra opção para resgate é a utilização de cápsulas especiais para a tripulação.
O submarino, chamado Kursk, foi construído em 1994 e entrou em operação em 1995. É um dos mais novos submarinos nucleares russos, capaz de carregar 24 mísseis de ataque a navios na superfície. O comandante da frota do norte, à qual o Kursk pertence, Vyacheslav Popov, está dirigindo as operações de resgate.
Acidentes - Submarinos nucleares russos têm se envolvido em uma série de acidentes nas últimas décadas. No maior deles, o Komsomolets afundou em abril de 1989 após pegar fogo nas proximidades da costa da Noruega e 42 dos 69 tripulantes da embarcação morreram.
As forças militares russas têm tido problemas na manutenção de seus equipamentos e armas, de acordo com informações divulgadas pela agência de notícias Associated Press. Muitas embarcações militares não recebem a manutenção necessária, segundo a AP, que cita como fontes oficiais militares e veteranos. O jornal Izvestia informa que, de acordo com as estimativas mais conservadoras, 507 tripulantes de submarinos russos morreram nos últimos 40 anos.
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