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Com o objetivo de ampliar os conhecimentos, Nenéu decide abandonar todos os seus projetos em Recife (lecionava em três escolas públicas) e parte para São Paulo. A sua intenção inicial é de estudar na Universidade de São Paulo (USP), no entanto, não consegue uma vaga. Então, o músico parte para a "escola do palco", tocando e cantando nas noites de Sampa. O repertório é formado por clássicos da MPB e, quando sente que o clima é propício, acrescenta temas instrumentais. Além de ganhar muita experiência, o violonista aproveita os dois anos que passa na maior cidade do país (de 84 a 86) para fazer contatos importantes (Paulo Nogueira, Nelson Aires, o pessoal do Zimbo Trio, entre outros).
Em 1986, Liberalquino realiza um sonho que o acompanha desde a adolescência: estudar no exterior. Naquele ano, junta uns trocados e com a ajuda da família (do seu irmão gêmeo, Joaquim Liberalquino, em especial) e de um grande amigo, Artur Marinho, parte para fazer um curso de cinco semanas na famosa Berklee College of Music, em Boston, Estados Unidos. As cinco semanas transformam-se em três anos: "Quando fui pra lá, levei uma coletânea de arranjos de violão para conjuntos de choro, tudo escrito e gravado. Meu objetivo era conseguir uma bolsa". Impressionados com o som que Nenéu tira do instrumento, os professores da Berklee lhe concedem uma carta de recomendação - o que lhe garante uma bolsa que cobre 75% das despesas. "O restante minha família me mandava. Mais tarde comecei a trabalhar nos correios da escola e a tocar na noite, sendo sempre muito bem recebido. Logo a bolsa passou a ser integral e pude concluir meus estudos de composição, arranjo e trilha sonora". De volta a São Paulo, em 1989, o instrumentista começa a compor material para gravar o seu primeiro CD. Depois de pronto distribui fitas de demonstração para vários produtores, sempre tendo um "não" como resposta. As coisas começam a mudar quando, em 92, Nenéu vem fazer um show em Recife, no Teatro José Carlos Cavalcanti Borges. É nessa vinda que o violonista conhece o produtor e também músico Zé da Flauta (ex-integrante do Quinteto Violado e da banda de Alceu Valença), que, por coincidência, produzia um disco chamado "Violões de Pernambuco". "Zé me convidou para tocar três faixas nesse trabalho, mas acabou gostando tanto que resolveu gravar meu repertório quase todo. Então, surgiu a idéia de ele produzir meu primeiro CD", conta. Em 94, a gravadora Polydisc lança o primeiro registro fonográfico do artista, muito elogiado pela crítica especializada. |
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