O interesse pelo seu atual instrumento surge por influência de um primo-segundo da sua mãe, chamado Manoel Barbosa, o qual, na época, com mais de 70 anos, era violonista da Rádio Difusora de Garanhuns. "Ele ia sempre lá em casa (já no Recife) fazer serenatas. Daí minha vontade de aprender a tocar foi aumentando cada vez mais". Entretanto, nos primeiros contatos com o violão, o jovem Nenéu (então, com dezesseis anos) tenta tocar na posição convencional; não obtendo sucesso, por causa do tamanho dos seus dedos e mãos. Mesmo assim ele não desanima até que um dia tem o que considera uma "inspiração divina", surgindo-lhe a idéia de deitar o instrumento. No princípio, usa apenas a primeira corda para executar melodias simples. Com o passar do tempo, passa a reproduzir de ouvido tudo que escuta - incluindo-se aí, discos de Baden Powell.
Aos dezessete anos, o violonista passa a integrar o conjunto de choro da Universidade Federal de Pernambuco, no qual também era arranjador, apesar de não possuir, até então, nenhuma formação acadêmica. Neste mesmo período, estuda seis meses num curso de extensão da referida universidade, começando, assim, a ler música. Em 1982, gradua-se em letras, pela UFPE e uma dúvida surge em sua mente: seguir o caminho das letras ou da música? Essa interrogação é dissipada depois que Nenéu participa, em 1983, do Festival de Verão de Brasília. "Neste evento, recebi o impulso que precisava. Senti que o meu caminho era o que me encontro hoje", lembra.
|