Distribuição de renda
"Um crescimento acima de 10% na base de usuários é esperado, mas concentrado nas classes A e B, porque o custo da internet discada representa cerca de 13% do orçamento das classes C e D", diz Fontenele. "O crescimento da penetração deverá depender, em parte, de uma melhor distribuição de renda e do aumento ao acesso a PCs por parte da população."
Alguns trabalhos vêm sendo feitos por grandes multinacionais do segmento de TI, como Hewlett-Packard, Microsoft, Sun Microsystems, EDS, Intel e IBM, que contam, hoje, com executivos cuja preocupação é definir investimentos em programas de inclusão social. Há casos de experiências frutíferas com Organizações Não-Governamentais (ONGs), como CDI, Instituto Ayrton Senna, Projeto Aprendiz e Meninos do Morumbi. Essas iniciativas garantem uma imagem de responsabilidade social para as empresas e têm efeitos práticos positivos. "Essas iniciativas visam não somente reduzir a exclusão digital mas também assegurar um mercado futuro", diz Meirelles. Trata-se, afinal, de um trabalho de desenvolvimento de mercado.
A HP conta com a premiada Garagem Digital, que formou 120 jovens da favela do bairro do Morumbi, em São Paulo, no ano passado, mas teve problemas em sua formatação. "No início não nos preocupamos em buscar empregar os alunos, apesar de alguns terem conseguido emprego ou mesmo montado uma microempresa de webdesign", diz o coordenador do comitê de responsabilidade social da HP, Juarez Zortea.