A exclusão digital é uma praga. Limita o mercado de tecnologia da informação no Brasil. Cria um novo padrão de desigualdade. Impede o acesso da maioria da população a uma inesgotável fonte de conhecimentos. Estimativas mostram que somente 10% dos lares dispõem de um computador, mas nessa base instalada o acesso à Internet é ínfimo. Um grande potencial de desenvolvimento e de negócios tem sido pouco aproveitado.
O quadro vem mudando gradualmente. Há casos de sucesso envolvendo a iniciativa privada ou até mesmo governos. Mas a renovação é lenta. Um levantamento feito pelo professor Fernando Meirelles, vice-diretor da Fundação Getúlio Vargas e Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV/Eaesp), aponta que 10 em cada 100 computadores do País têm acesso à Internet, número igual à média mundial.
Entre 2000 e 2001, quando Meirelles fez o último levantamento, o índice brasileiro era de 8 em cada 100 computadores e o mundial, 7. A média mundial cresceu mais rápido. A venda de computadores no Brasil e no mundo apresentou uma queda inédita no ano passado. Mas os efeitos dessa retração são mais graves nessa parte do planeta, onde se espera que novos consumidores entrem no mercado.