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The Signifier: Surrealismo, distopia e puzzles

Jogo independente é mais do que um walking simulator, combinando elementos de point-and-click com visuais primorosos

5 mai 2021 - 14h06
(atualizado em 18/5/2021 às 11h26)
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Pegue jogos antigos de aventura point-and-click da década de 90 (Sam and Max, Day of The Tentacle, Monkey Island, Grim Fandango e clássicos da LucasArts em geral). Misture com uma visão em primeira pessoa e mecânica de andar para interagir com o ambiente e pitadas de surrealismo a-la “The Stanley Parable”. O resultado deve ser algo próximo de “The Signifier: Director’s Cut”. 

Neste game independente produzido pela Playmestudio você vive Frederick Russell, um neurocientista que desenvolveu uma tecnologia de armazenamento de memória, com a qual você consegue acessá-las e “reviver” em primeira pessoa eventos passados pelo indivíduo em questão. 

Visão em primeira pessoa de seu apartamento/laboratório em "The Signifier"
Visão em primeira pessoa de seu apartamento/laboratório em "The Signifier"
Foto: Reprodução

Você precisará utilizar sua própria invenção quando Johanna Kasr, a vice-presidente de uma gigantesca empresa de tecnologia, morre de um suicídio sob circunstâncias misteriosas. Você é contratado para investigar o acontecido e determinar a real causa da morte.

JOGABILIDADE

À primeira vista, o game pode parecer um “walking simulator”. Isso porque você não ataca ou pula, simplesmente podendo caminhar, correr e interagir com o ambiente ao seu redor. Mas não deixe isso te fazer pensar que trata-se de um jogo limitado: As texturas são bem feitas, com gráficos surpreendentemente detalhados para uma produção indie. 

Na medida em que você joga, é possível reparar que o game não é um simples simulador de caminhada. Trata-se de um game complexo, com vários puzzles para serem desvendados, diversas opções de diálogos que podem impedir ou permitir seu avanço na história, dependendo de suas escolhas (alô, LucasArts!) e elementos oníricos que aproveitam e muito do fator de “reviver a memória” de terceiros. 

Sistema de diálogos lembra franquia "Fallout"
Sistema de diálogos lembra franquia "Fallout"
Foto: Reprodução

Em sua investigação, você pode visitar a cena do crime como pessoa física, analisando evidências materiais. Utilizando do backup da memória da vítima, através da tecnologia, você se coloca nos sapatos de Johanna e revive suas últimas horas de vida. Aí é que entram os elementos surreais: Por tratar-se de reconstruções de memórias, o game usa e abusa de elementos abstratos, sejam sons, cheiros, ruídos e distorções visuais, para compor o seu cenário.  

Você pode acessar, além da memória objetiva de um indivíduo, o estado “subjetivo”, onde o cenário é ainda mais distorcido e os sentidos se embaralham. Você ainda conta com a ajuda de uma inteligência artificial para interpretar os dados da memória para você, mas que muitas vezes precisa de ajuda para determinar certas coisas. 

Estado subjetivo da memória é distorcido e psicodélico.
Estado subjetivo da memória é distorcido e psicodélico.
Foto: Reprodução

Aí é que entram os puzzles: Você frequentemente encontrará pedaços “fragmentados” de memória em uma investigação, e deverá colocar esse fragmento em questão em seu devido lugar. No meu caso, demorei alguns minutos para perceber que um objeto distorcido e barulhento tratava-se de um relógio de parede. Ao colocá-lo em seu lugar, desbloqueei novas pistas, e assim por diante. Seu trabalho é juntar as peças de um grande quebra-cabeça para montar uma imagem do que realmente aconteceu.

VEREDICTO

The Signifier é legal. Texturas bem-feitas, jogabilidade com elementos de nostalgia adaptadas para a nova geração. Exige muita perspicácia do player na resolução de quebra-cabeças, escolhas de diálogo e tudo o mais. Para mim, um misto de “Sam & Max Hit The Road” com “The Stanley Parable” e até um quê da franquia “Portal” e do sistema de diálogos da série “Fallout”. 

Claro, por se tratar de um game independente, muitas vezes você é lembrado disso. Apesar das texturas serem ótimas, a dublagem soa estranha. Não que seja ruim, mas é bem diferente de um triple A. Sem comparação, claro. 

O grande trunfo desse jogo é justamente colocar muito do progresso nas mãos do jogador: Em tempos de jogos que mastigam todas as informações para você, isso é algo a ser celebrado. Eu, como bom fã de um adventure game, sou suspeito para falar, mas daria a “The Signifier:Director’s Cut” um sólido 8/10. Vale a pena!

Confira abaixo os primeiros minutos de "The Signifier"!

The Signifier: Director's Cut Gameplay:
Fonte: Game On
Fonte: Redação Terra
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