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Robux e V-Buck: como a monetização nos games está moldando uma nova geração

A infância de hoje sabe o preço de uma skin antes de saber tabuada

7 ago 2025 - 14h58
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Robux e V-Buck: como a monetização nos games está moldando uma nova geração
Robux e V-Buck: como a monetização nos games está moldando uma nova geração
Foto: Reprodução/Epic Games

Na era dos jogos gratuitos, as moedas virtuais como Robux (de Roblox), V-Bucks (de Fortnite) e Minecoins (de Minecraft) se tornaram parte do vocabulário diário de milhões de crianças e jovens ao redor do mundo. O que antes era um passatempo simples e muitas vezes offline, hoje é um ecossistema digital que mescla entretenimento, status social e consumo. 

Para essa nova geração, saber o valor de um item digital - seja uma roupa, um acessório ou uma dança - é tão tangível quanto o de um brinquedo físico, conhecer os personagens dos desenhos animados e, em alguns casos, vem até antes de aprender a tabuada.

Fortnite utiliza as moedas digitais V-Bucks, que podem ser usadas para comprar itens dentro do jogo

Essas moedas virtuais são a porta de entrada para personalizações cosméticas, conteúdos exclusivos e até acesso a modos de jogo diferenciados. E embora alguns jogos ainda sejam gratuitos para baixar e jogar, o verdadeiro apelo está nos extras pagos (as famosas microtransações), o que cria uma nova relação entre crianças, jogos e dinheiro.

Pedidos por Robux e V-Bucks se tornaram comuns em aniversários, Natal ou até como "recompensa" por bom comportamento e boas notas na escola, transformando itens digitais em uma espécie de nova mesada.

Hoje, antes mesmo de aprender a multiplicar, muita criança já entende que R$ 50 compram uma "skin épica" - e que sem ela, talvez fique de fora do grupinho da escola. A pressão dos colegas e o desejo de pertencer a um grupo impulsionam a busca por esses itens, criando um ciclo de consumo que os pais nem sempre compreendem.

A monetização nos games não é novidade, ela começou de forma mais tímida anos atrás, mas seu alcance e influência atualmente atingiram um novo patamar com o público infantil.

Crianças crescem entendendo o valor - ou pelo menos o custo - de uma skin rara, e aprendem cedo a converter dinheiro real em moeda digital. Em vez de colecionar figurinhas ou brinquedos, como os seus pais faziam na infância, acumulam cosméticos virtuais que exibem para amigos nas partidas online.

Com a moeda Robux, é possível adquirir itens exclusivos, atualizar o avatar e desbloquear novas experiências em Roblox
Com a moeda Robux, é possível adquirir itens exclusivos, atualizar o avatar e desbloquear novas experiências em Roblox
Foto: Reprodução/Roblox

O que vemos é uma geração que aprende, desde cedo, o valor do dinheiro — não em cédulas, mas em créditos virtuais. O preço de um item no jogo, seja R$ 5,00 por um Robux ou R$ 100,00 por uma skin rara, é internalizado muito antes de conceitos matemáticos mais complexos.

Essa mudança cultural levanta questões importantes: estamos ensinando nossos filhos a lidar com finanças ou apenas antecipando hábitos de consumo? Ao mesmo tempo em que os jogos desenvolvem habilidades cognitivas e sociais, também introduzem práticas de microtransações que moldam comportamentos de compra desde cedo.

A geração que está crescendo com Robux e V-Bucks talvez se torne a mais fluente em economia digital da história. Ou, ao contrário, criará uma geração mais suscetível a gastos impulsivos e desnecessários?

Mas junto com essa nova era digital, vem a responsabilidade de ensinar limites, consumo consciente e o real valor do que é apenas visual. Porque, no fim das contas, nem todo aprendizado que vem do jogo é só sobre vencer o chefão final — às vezes, é sobre entender que nem tudo que brilha precisa ser comprado.

Fonte: Game On
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