40 anos de Super Mario Bros. - O jogo que salvou a indústria dos videogames
Lançado em 1985, jogo trouxe uma revolução para os videogames
Em 13 de setembro de 1985, quando Super Mario Bros. foi lançado no Japão, os videogames viviam uma de suas maiores crises. O famoso "crash de 1983", causado pelo excesso de jogos ruins e a perda de confiança do público, parecia ter decretado o fim da indústria.
Nos Estados Unidos, prateleiras estavam abarrotadas de cartuchos encalhados, empresas fechavam as portas e muita gente acreditava que os games seriam apenas uma moda passageira dos anos 80.
Mas tudo isso mudou com a chegada de um certo encanador bigodudo que se transformou em feômeno global.
O crash de 1983 e chegada do NES
No início dos anos 1980, os videogames pareciam fadados ao esquecimento. O chamado crash de 1983 foi um colapso do mercado norte-americano, provocado pela superprodução de consoles e jogos de baixa qualidade.
O excesso de opções confundia o consumidor, e títulos mal acabados — como o infame E.T. para Atari 2600 — mancharam a reputação dos games. Lojas pararam de estocar cartuchos, empresas quebraram e analistas decretavam o “fim da moda dos videogames”.
Foi nesse cenário desolador que a Nintendo, uma empresa ainda pouco conhecida fora do Japão, decidiu apostar alto no Nintendo Entertainment System (NES), videogame 8 bits lançado em 1983 no país oriental, lugar onde ele já havia conquistado grande popularidade.
Mas para conquistar o público ocidental, era preciso mais do que hardware competente: era necessário um jogo capaz de redefinir o que significava jogar videogame e reconquistar a confiança do consumidor.
A resposta veio das mãos de Shigeru Miyamoto, que já havia criado Donkey Kong (1981) alguns anos antes, mas que com Mario encontrou o personagem e a fórmula que mudariam tudo.
A revolução de Super Mario Bros.
Desenvolvido por Shigeru Miyamoto e Takashi Tezuka, Super Mario Bros. apresentou um design revolucionário. Níveis contínuos, exploração lateral fluida, segredos escondidos em blocos e mecânicas intuitivas transformaram o ato de jogar em algo natural e prazeroso. Super Mario Bros. não era apenas divertido; era uma aula de game design que estabeleceu padrões seguidos até hoje.
A ideia de um mundo contínuo, com fases interligadas e progressão clara, foi revolucionária para a época. Saltos de precisão, power-ups criativos como o cogumelo e a flor de fogo, inimigos carismáticos e uma trilha sonora inesquecível, composta por Konji Kondo, criaram um padrão que moldou a linguagem dos jogos de plataforma e influenciou toda a indústria dali em diante.
O sucesso foi imediato. Mario já havia aparecido em Donkey Kong, mas foi com Super Mario Bros. que se consolidou como mascote da Nintendo e, de certa forma, embaixador dos videogames no mundo e um ícone cultural global.
Ele deixou de ser apenas um personagem de videogame para virar símbolo de toda uma geração, estampando brinquedos, séries animadas, quadrinhos e até o recente filme Super Mario Bros. – O Filme (2023), que se tornou um sucesso de bilheteria.
O legado de 40 anos
Quatro décadas depois, Mario continua sendo um dos personagens mais reconhecidos do planeta. Mais do que um personagem, obigodudo representa o próprio renascimento da indústria dos videogames, provando que ela era capaz de se reinventar e conquistar novas gerações.
Celebrar os 40 anos de Super Mario Bros. é também celebrar a sobrevivência e evolução dos videogames. Se o crash de 1983 quase enterrou esse mercado, Mario foi a bandeira que anunciou sua volta triunfal.
Do NES aos consoles modernos, passando por portáteis e mobile, o encanador bigodudo se mantém como um elo entre passado e futuro, tradição e inovação. Afinal, sem Mario, talvez os videogames como conhecemos hoje nunca tivessem existido.