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Trabalhando com cronometragem, Iser Bem não acredita que água atrapalhou Tergat

29 dez 2017 - 09h08
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Émerson Iser Bem surpreendeu a muitos quando conquistou a Corrida Internacional de São Silvestre em 1997. O maratonista brasileiro superou o pentacampeão da prova Paul Tergat e ainda revelou que não estava em seus planos participar do evento naquele ano. Além disso, o ex-atleta de 44 anos rejeitou a teoria de que o copo de água que jogaram no multicampeão queniano tenha interferido no resultado final da prova.

"Eu não ia correr, mas estava muito bem preparado. Venci uma prova alguns dias antes e, com essa vitória, consegui algum dinheiro. Na época eu estava com bastante dificuldade financeira e com essa grana eu consegui deixar as contas em dia e decidi ir para a São Silvestre", contou. "Estava um dia absurdamente quente, uma coisa que eu me lembro era o calor nos meus pés. Na subida o técnico do Cruzeiro, o Minardi estava com uma sacola de água e, nesse momento, o Paul Tergat estava uns 40 metros à minha frente. Ele jogou água na cabeça do Tergat. Na hora fiquei bravo, ele estava ajudando meu adversário. Depois ele veio e jogou na minha cabeça. Depois surgiu essa conversa (de que a água atrapalhou no resultado final)".

"Eu conversei com o Tergat e ele falou que se assustou. De fato, isso se assusta, mas mais do que isso eu não acredito. Não posso acreditar que 250 ml de água pode interferir em um cara com o Tergat. Não consigo imaginar que essa quantidade de água, naquele ponto da prova, que não era a reta final - a corrida foi decidida na Paulista -, tenha atrapalhado. Depois que falaram isso, eu vi o vídeo e calculei que foi mais de mil metros da chegada. As pessoas as vezes acabam falando para ter coisa interessante".

O paranaense ainda contou que seu treinador lhe disse que participar da São Silvestre só valia em termos financeiras se ele terminasse entre os primeiros colocados e disse qual era a sua mentalidade durante a prova.

"Quando eu corria, eu me concentrava porque sabia que não teria outras chances. No final daquela prova eu pensava nem que eu morra fazendo isso, porque eu não sei se no ano que vem vou ter a condição de brigar com o cara. Depois terminei em sexto no ano seguinte. Então minha fase foi aquela".

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Atualmente, Émerson Iser Bem trabalha fazendo chips descartáveis para corridas de rua. O campeão da São Silvestre de 1997 relembrou como ele entrou no ramo e ainda disse que chegou a trabalhar como treinador.

"Eu cheguei a trabalhar com equipe e formação de atletas, mas uma área que eu sempre me interessei foi a parte de cronometragem, porque envolve tecnologia. No ano em que eu ganhei a São Silvestre, eu fazia o terceiro ano curso técnico em Campinas. Em 95 e 96 fui um ótimo aluno, mas comecei a me destacar em 97 e viajei muito, daí já estava reprovado por falta. Após ganhar a São Silvestre aí que não voltei mesmo".

"Sempre gostei dessa área. Meu pai era eletricista, eu mexia com rádio em casa e sempre gostei de tecnologia. Daí fui trabalhar com cronometragem, inicialmente sem o chip e acabei me envolvendo com cronometragem e cresceu tanto que parei de trabalhar na área de treinamento, que é muito complicado. Você trabalha muito, vive muitas frustrações e não tem retorno e (o mercado) de cronometragem foi ampliando".

*Especial para a Gazeta Esportiva

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