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Tênis

"Parecido com Ferrer", novo pupilo de Larri inicia intercâmbio

12 fev 2011 - 11h21
(atualizado às 14h53)
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A história de Larri Passos de trabalhar com grandes nomes do tênis brasileiro pode ter mais um capítulo iniciado nesta sexta-feira. Apontado como principal revelação da Bahia, o jovem Silas Cerqueira está de malas prontas para Balneário Camburiú, em Santa Catarina, para integrar a academia de treinos do ex-técnico de Gustavo Kuerten e atual treinador de Thomaz Bellucci.

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Antes de se despedir de amigos e familiares, ou um "até logo", como prefere dizer, o tenista de apenas 15 anos conversou com a reportagem do Terra e falou sobre os planos para o futuro, que incluem a participação na edição do ano que vem do Aberto do Brasil, que está sendo disputado na Costa do Sauípe, e na Olimpíada de 2016, com sede no Rio de Janeiro.

Multicampeão por diversos lugares no mundo na categoria juvenil e com o primeiro ponto conquistado no ranking da ATP com apenas 14 anos, Silas diz ter "estilo parecido" ao do espanhol David Ferrer, hoje sexto da lista da entidade que rege o tenis internacional. No entanto, tem como ídolos maiores o também espanhol Rafael Nadal, o suíço Roger Federer e, claro, Gustavo Kuerten.

Emocionado com a partida do filho, o pai de Silas, Edilmar, fala com orgulho e conta em poucas palavras como foi a negociação. "Larri já conhece ele desde os nove anos, nas competições. Eu entrei em contato com o Larri por e-mail dizendo que tínhamos interesse em treinar na Academia de Camburiú. Ele aceitou e estamos correndo por aqui", disse, em tom de despedida.

Natural de Feira de Santana, Silas embarca para Santa Catarina para um intercâmbio diferente. Longe dos pais, passará por testes físicos e viverá uma fase de amadurecimento para deixar de ser uma revelação e se tornar um atleta profissional. No entanto, o jovem ainda não sabe o que encontrará lá. Confira a entrevista de Silas ao Terra:

Terra - Seu nome é muito comentado aqui na Bahia como futuro representante do tênis brasileiro. Isso te ajuda neste início ou atrapalha pela responsabilidade criada antes da hora?

Silas - Vejo tudo isso como uma coisa boa. Toda essa exposição, as pessoas falando de mim, só serve como incentivo para continuar com o meu trabalho. É como se estivesse no caminho certo e é uma motivação para seguir fazendo tudo o que estou fazendo até agora.

Terra - Já sofre um certo assédio nas ruas? As pessoas te conhecem?

Silas - Aqui (em Feira de Santana) eu já tenho um reconhecimento maior. Mas é tranquilo. Nem tem toda aquela pressão e eu levo mais na bricandeira. É legal pelo contato com as pessoas.

Terra - Já tem ideia de como será a rotina lá e os próximos torneios?

Silas - Agora estou indo treinar com o Larri e não sei como será o calendário de lá. Espero que seja um bom ano de treinamentos, que eu possa evoluir bastante dentro do meu jogo. Os torneios vou deixar para pensar um pouquinho mais tarde para focar mais no trabalho certo neste momento. Já fui lá duas vezes, sei como é o ritmo de treino e é bem puxado. É um treino que realmente um atleta de ponta precisa e me sinto feliz de ir para lá, mas não tenho muita ideia do que me espera, não.

Terra - Em que pontos pretende evoluir lá no Sul e o que espera desta fase de treinos com o Larri?

Silas - Agora que estou com 15 anos, estou terminando a minha formação técnica e tenho mais conta de melhorar o preparo físico, fazer um trabalho de fortalecimento para evoluir junto a parte técnica.

Terra - Em quem você se inspira no tênis e com quem acredita que se parece mais pelo estilo?

Silas - Tenho o Nadal e o Ferrer como grandes exemplos. O Nadal é um cara que dentro e fora da quadra não existe nenhum ponto contra. Ele mudou muita coisa no estilo de jogo dele em pouco tempo para se adaptar bem na grama e na quadra rápida e mostrou que dá para mudar. O Ferrer já é um jogador que segue um padrão e tem um estilo parecido comigo. Com os técnicos, a gente tenta analisar os estilos e vemos que somos bem parecidos. É um cara que fico vendo os jogos, analisando um pouquinho e gosto bastante também. Já o Guga, no auge da carreira dele, acho que foi um dos melhores que vi. Acho o Federer também, joga fácil.

Terra - Como avalia a derrota do Bellucci e a cobrança por resultados em cima dele?

Silas - A torcida está esperando muito do Bellucci. O pessoal está colocando muita esperança nele, mas o Larri está fazendo também este trabalho com ele e daqui para a frente terá resultados melhores.

Terra - Quando acredita que terá condições de disputar o Aberto do Brasil aqui na Bahia?

Silas - Vamos ver. Talvez no ano que vem devo receber um convite para disputar o quali, mas preciso ver como estarei nos próximos meses, como vai ser a minha evolução. Tenho este sonho de jogar em casa. Seria maravilhoso jogar diante de minha família, meus amigos e representar o Brasil.

Terra - E quanto à Olimpíada do Rio de Janeiro?

Silas - Em 2016 estarei com 20 anos, então é uma idade boa. Provavelmente estarei pronto até lá. Mas tenho que treinar, tenho que evoluir bastante e estar bem ranqueado até lá.

Terra - Com 15 anos, a rotina de treinos puxados, competições e viagens atrapalha? Se incomoda às vezes de abrir mão de tantas outras coisas pelo trabalho?

Silas - Acho que não. Tenho esta rotina de treinos mesmo, que é puxada, mas estou fazendo o que eu gosto e sempre sonhei fazer. Não tenho do que reclamar quanto a isso. Gosto de estar viajando para torneios, gosto de estar treinando, jogando. É um ambiente bem legal. Quando também não estou trabalhando vejo os meus amigos, isso não interfere muito, não. Também nunca gostei muito de bagunça e mesmo se não jogasse não faria falta.

Terra - E como estão sendo essas últimas horas antes do embarque? Já se despediu de todo mundo?

Silas - Estamos nos despedindo, aquele clima de família, com os amigos. Estamos conversando bastante nestes últimos dias, alguns vieram me desejar boa sorte, mas não é bem uma despedida, é mais um 'até logo'. Prefiro pensar assim.

Foto: Marcelo Ruschel/POA Press / Divulgação
Fonte: Terra
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