PUBLICIDADE
Logo do Santos

Santos

Favoritar Time

"Hoje vem um técnico melhor", diz Fernando Diniz

Técnico revê jogos do São Paulo por até 20 vezes antes de chegar ao Santos

10 mai 2021 - 11h56
(atualizado às 12h03)
Compartilhar
Exibir comentários

Fernando Diniz foi apresentado como novo técnico do Santos na manhã desta segunda-feira. Ele estreará já nesta terça, contra o Boca Juniors (ARG), na Vila Belmiro, pela quarta rodada da fase de grupos da Libertadores da América.

Fernando Diniz foi apresentado pelo Santos
Fernando Diniz foi apresentado pelo Santos
Foto: Ivan Storti/Santos FC

O treinador tem contrato nas normas da CLT com o Peixe: sem vigência e multa rescisória. A ideia da gestão de Andres Rueda, porém, é de um trabalho longo.

Diniz assistiu aos jogos do São Paulo por até 20 vezes. O Tricolor arrancou no Campeonato Brasileiro, mas caiu de rendimento antes da saída do técnico.

"Futebol não se responde ao simples como acham. Não vencemos ou perdemos pelo estilo de jogo. É a ponta do iceberg, vai além. Fui responsável pela ascensão e declínio do São Paulo. Assisti aos jogos até 20 vezes para melhorar a condição tática e não se acha fácil. Há relações… Estilo sempre se aprimora. Podemos melhorar, claro, mas são coisas sutis. Na maneira que eu enxergo futebol, há coisas mais importantes que o caminho fácil. Podemos pensar que estamos acertando e mexer no que já era positivo. Refleti muito sobre o último trabalho e melhorando. Hoje vem um técnico melhor", disse Diniz.

"Espero um grande trabalho, um passe adiante do que tenho feito na minha carreira. Minha vontade é se dar bem, se respeitar. Não é uma esperança, é expectativa. Tenho confiança de parceria forte com diretoria e elenco. Comissão, jogadores e diretoria são os trabalhadores. Imprensa avalia como acha pertinente, com respeito sempre, e temos que entregar vitórias ao torcedor. Torcedor quase sempre tem razão. Temos que entregar aquilo que torcedor espera: vitórias e bom futebol. A gente bate no estilo de jogo, mas futebol não se resume à tática. Boas relações, coragem, confiança e principalmente solidariedade aos jovens de maneira coletiva. Base do sistema é o jeito coletivo de jogar e marcar. Vamos colocar isso desde o começo, de ser uma unidade. Sendo time coletivamente forte, individualidades vão poder mostrar talento. Tento melhorar sempre e acredito muito no trabalho iniciado hoje", completou.

Muito se fala sobre o estilo de jogo de Fernando Diniz ser "radical", principalmente pela posse de bola alta e a instrução de não dar chutão. Para o técnico, a análise precisa ser diferente.

"Essa filosofia me acompanha desde 2009. Nunca é proibido mudar. É só olhar todos os trabalhos. Implantamos de maneira paulatina. Não será com pouco treino que os jogadores farão tudo que só o tempo pode ajudar a fazer. Mas aos poucos implantamos a ideia. Acredito muito nesse modelo, de imposição. Futebol mais coletivo, corajoso e com inteligência tática, sabendo ler o adversário. O dia que não der para sair jogando mesmo depois de muito treino, usaremos a bola longa", explicou.

"Eu não sou movido ao que acontece fora de mim. Vivi uma vida de jogador para aprender a ser técnico. Quando eu jogava, o de fora e até internamente me produziam angústia e sofrimento. Como técnico, mudou bastante. Sou muito seguro do que faço, olho internamente e tenho convicção. Temos muitos elementos para seguir o caminho. Não podemos ficar vulneráveis a opiniões, por mais profundas que possam ser, acabam sendo superficiais. Se eu trabalho no Santos, me alimento de tudo o dia inteiro, conheço os jogadores, assisto adversários, assisto e reassisto nossos jogos. Não posso pegar opinião de quem vê o jogo uma vez só, perdendo o melhor da festa. Ninguém consegue destrinchar o jogo assistindo uma vez só. Geralmente de forma superficial e quase todas elas medidas pelo resultado. E o resultado pode enganar. Engana mais quando se ganha não jogando bem. Ganhar jogando mal pode gerar uma conta difícil de recuperar. Temos que treinar bem, jogar bem e que resultados sejam consequência dessa entrega profunda para que o Santos possa evoluir e fazer grande temporada. Temos que controlar os meios. A partida pode ser a mesma, mas comentários são diferentes pelo resultado. Já sugeri isso: se as pessoas assistirem o jogo e tirarem os gols, e as pessoas não souberem quem venceu, comentários serão diferentes. Poderia até ser um estudo acadêmico. A análise pode mudar e ser mais técnica, mais fria. Se oscilarmos ao sabor do que acontece no fim do jogo, vamos para um caminho que, para mim, não é melhor. Quando conseguimos impor ideia, com protagonismo, agressividade e imposição, tendemos a ganhar. Mas temos que aumentar chance de jogar. Existe um pensamento infantilizado às vezes de garantias de quem vai ganhar. Por isso que é emocionante e excitante. O que vamos fazer é aumentar ao máximo a chance de ganhar os jogos", concluiu.

Diniz tem 47 anos e atuou pelo Santos em 2005. Como técnico, iniciou a carreira no Votoraty em 2009 e passou por Paulista, Botafogo-SP, Atlético Sorocaba, Audax, Guaratinguetá, Paraná, Oeste, Athletico-PR, Fluminense e São Paulo.

Fernando ganhou notoriedade em 2016, quando seu Audax foi até a final do Campeonato Paulista contra o Santos. A equipe jogou melhor, mas acabou derrotada por 1 a 0 na Vila Belmiro após empate em 1 a 1 em Osasco.

 

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
Compartilhar
Publicidade
Publicidade