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Leco vence eleição para presidente e comandará São Paulo até abril de 2017

27 out 2015 - 21h57
(atualizado em 28/10/2015 às 08h02)
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Carlos Augusto de Barros e Silva, mais conhecido como Leco, alcançou seu sonho de ser presidente do São Paulo. Em votação na noite desta terça-feira, no Morumbi, o advogado superou o empresário Newton Ferreira, mais conhecido como Newton do Chapéu, e ficará na presidência até abril de 2017, período em que se encerraria o mandato de Carlos Miguel Aidar. O ex-presidente renunciou há duas semanas após denúncias de corrupção feitas pelo vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro.

Eleição São Paulo - Leco
Eleição São Paulo - Leco
Foto: ri Ferreira / LANCE!Press

Leco foi vencedor com 138 votos contra 36, mais 19 em brancos, em uma eleição que ficou muito perto de ser cancelada. Na última segunda-feira, conselheiros da oposição conseguiram uma liminar que adiava o pleito, sob alegação de que não houve tempo hábil para a campanha. Leco convocou a eleição para esta terça no último dia 17, quatro dias após a renúncia de Aidar. O Estatuto do clube fala em "até 30 dias" e por isso o novo presidente diz ter cumprido com a ordem.

Por conta da decisão judicial, a situação do São Paulo passou o dia tentando derrubar a liminar para que a eleição fosse realizada. Passava um pouco das 18h quando Leco recebeu ofício do desembargador responsável pelo caso liberando o pleito, que estava marcado para as 19h. Alguns conselheiros foram convocados de última hora. Outros já estavam de sobreaviso, mesmo porque a diretoria até então interina já tinha comunicado que mesmo que a eleição fosse adiada, haveria reunião de Conselho Deliberativo. O quórum acabou sendo acima do esperado, com 190 conselheiros assinando a lista de votação. 

Com a vitória, Leco terá como maior desafio tirar o São Paulo da grave crise financeira, além de recuperar a credibilidade, abalada pelos escândalos da gestão anterior. Somente de débitos bancários o clube acumula mais de R$ 150 milhões, cujos juros e amortizações geram gastos de R$ 8 milhões por mês. Somado à dívida fiscal, o montante atinge a casa dos R$ 270 milhões.

O novo presidente já tem definida praticamente toda sua diretoria. Muitos das pessoas que fizeram parte da gestão do ex-presidente Juvenal Juvêncio, e até iniciaram com Aidar, estarão de volta ao clube. São os casos de Roberto Natel, que será vice-presidente geral, e José Francisco Manssuro, que deve assumir como diretor de comunicação. Gustavo Oliveira, que saiu por divergências com Aidar, volta no cargo de diretor-executivo de futebol, departamento que segue chefiado por Ataíde Gil Guerreiro, mantido como vice-presidente, e pelo diretor Rubens Moreno. Vinicius Pinotti segue como diretor de marketing. Ainda há mistério sobre o vice financeiro. Convidado para o cargo, João Paulo de Jesus Lopes recusou. Ele foi um dos grandes aliados de Leco quando ambos fizeram parte da gestão de Juvenal Juvêncio, por oito anos.

HISTÓRICO

Carlos Augusto de Barros e Silva é conselheiro do São Paulo há mais de 30 anos e tem no seu histórico uma derrota para presidente, no pleito de 2000-2002. Foi derrotado por Paulo Amaral por um voto de diferença. Desde então, passou a sonhar com o dia em que chegaria ao cargo máximo do clube. A partir de 2003, com a chegada de Marcelo Portugal Gouvêa ao poder, passou a integrar a diretoria de futebol, da qual só saiu ao fim do terceiro mandato de Juvenal Juvêncio, antecessor de Carlos Miguel Aidar, em 2014. Era cotado como o sucessor de Juvenal e esperava ter sido indicado pelo grande amigo, mas foi surpreendido com a escolha por Aidar.

Magoado, Leco chegou a manter candidatura para a eleição de 2014, mas depois mudou de ideia e foi eleito presidente do Conselho Deliberativo pela chapa da situação. Acabou virando um dos maiores opositores da gestão Aidar e foi uma das figuras mais importantes no processo de renúncia do ex-presidente. Foi ele, por exemplo, quem barrou o pagamento da comissão de R$ 18 milhões à empresa Far East por intermediar a negociação com a Under Armour. O acordo nunca foi explicado pela situação e foi alvo de denúncias, culminando no "perdão" da dívida por parte de Jack, empresário que teria feito a intermediação.

EX-PRESIDENTES AUSENTES

Os dois últimos presidentes últimos presidentes do São Paulo não compareceram à votação desta terça. A de Carlos Miguel Aidar era prevista, após as denúncias que o fizeram renunciar ao cargo. Já Juvenal Juvêncio (2006 a 2014) faltou por questão de saúde. A ausência foi lamentada por seus aliados, já que Juvenal disse que ver Aidar, seu desafoto, fora da presidência era a última coisa que queria fazer em vida. Os outros últimos mandatários estiveram presentes. José Eduardo de Mesquita Pimenta (1990 a 1994), Fernando Casal del Rey (1994 a 1998), José Augusto de Bastos Neto (1998 a 2000), Paulo Amaral (2000 a 2002). Marcelo Portugal Gouvêa (2002 a 2006) faleceu em 2008.

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