Eurico derruba água em CPI, e alfineta R10 e CEOs do futebol
O presidente do Vasco, Eurico Miranda, esteve nesta quarta-feira participando de audiência na CPI do Futebol, em Brasília. Na sessão, presidida por Romário e que contou também com a presença do presidente do Corinthians, Roberto Andrade, Eurico foi a figura de sempre: alfinetou CEOs do futebol, Ronaldinho Gaúcho e até derrubou um copo d'água na mesa.
O "acidente" com a água, que molhou mesa, documentos e até o terno do dirigente, foi no momento em que o presidente vascaíno estava detonando a Liga Sul-Minas-Rio.
- Eu nunca vi nada tão ilegal e tão imoral. Esse é o meu grande receio, para onde estão conduzindo o futebol brasileiro. Está no Estatuto do Torcedor, que é lei: você aprova e publica um calendário para o ano seguinte e de repente aparece alguns e dizem "vamos mudar". É imoral porque é algo que prejudica terceiros. O Vasco não prejudica. Pelo contrário. Se me chamassem para participar, digo que não vou porque prejudicaria inúmeros outros clubes. Tenho contrato do Estadual, que disputam outros clubes. Em função da fragilidade da direção da CBF, do receio que os clubes pressionam para isso ou para aquilo, não tomam a atitude que tinham que tomar. Que fazer a liga? Façam, mas não pode ser no próximo ano - afirmou Eurico, cujo ponto de vista foi apoiado por Roberto Andrade e que foi ajudado por funcionários do Senado.
As denúncias contra a CBF não foram tema. A discussão girou em torno da gestão do futebol, como Profut e salários de jogadores. Quando o senador Hélio José (PSD/DF) citou o quanto o Fluminense estava pagando para Ronaldinho Gaúcho e até defendeu - dentro de um limite - remunerações mais generosas para os craques, citando Romário, Eurico interrompeu:
- Com todo respeito, não compare o Ronaldinho Gaúcho ao Romário - disse o dirigente, que chegou a anunciar o acerto de 90% do Vasco com R10.
O presidente do Vasco ainda criticou a atuação dos executivos de futebol, que, segundo ele, geram gastos para os clubes e "dois meses depois" estão em outro lugar, deixando a conta para o presidente.
- Passaram profissionais que dinamitaram o meu clube. O que tem de paraquedista se aproveitando no futebol. E isso não é de graça. CEO ganha R$ 150 mil por mês. Executivo de futebol ganha R$ 200 mil. Esse tipo de coisa é que leva à má gestão. Muito cuidado com esse negócio de modernização do futebol - emendou Eurico.
