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As peças do tabuleiro: como fica a política vascaína pós-Eurico

Morte do histórico dirigente abre margem para um novo cenário, mas a imprevisibilidade dos passos da Justiça e os muitos personagens envolvidos impedem decisões precoces

13 mar 2019 - 07h34
(atualizado às 07h34)
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A morte de Eurico Miranda é um marco na política do Vasco. O dirigente que, quando no poder, centralizava as atenções e, externamente, polarizou a imagem dele próprio e do clube, entra para a história definitivamente e abre espaço para novas figuras. Os bastidores cruz-maltinos, não apenas pelo recém-falecido dirigente, fervem há décadas. A situação pode mudar, mas ainda é impossível definir que, sim, haverá um novo tempo na Colina Histórica.

Euriquinho e Campello no velório de Eurico Miranda, na noite desta terça-feira (Foto: Felippe Rocha/LANCE!)
Euriquinho e Campello no velório de Eurico Miranda, na noite desta terça-feira (Foto: Felippe Rocha/LANCE!)
Foto: Lance!

Isso porque já havia outros personagens importantes na política cruz-maltina. E a roda de poder pode girar. Alexandre Campello, atual presidente, declarou recentemente que vê uma mobilização por parte de opositores para abrir um processo de impeachment contra ele. O grupo Identidade Vasco, de Roberto Monteiro, é um destes fortes opositores ao mandatário.

Eurico ocupava, atualmente, a presidência do Conselho de Beneméritos do Vasco (Silvio Godói, o vice, assumirá a cadeira) e tinha forte influência na casa. Tanto que alguns destes beneméritos já ocuparam cargos no clube. Então nasceu, há alguns meses, o Grupo Vasco Independente, que deverá passar a ser assíduo na política do clube. Rostos conhecidos como José Luis Moreira e Antônio Peralta fazem parte da união. O velho Casaca, grupo de Eurico, se dividiu em dois. Já Euriquinho, filho mais ligado à política do clube, ainda não pensa em seguir, por exemplo, os passos do pai rumo à presidência do clube.Em meio a tudo isso, processos que parecem infindáveis nas esferas cível e criminal, ainda relativos à última eleição, ocorrida entre o final de 2017 e o início de 2018. Naquele pleito, Eurico e Julio Brant foram para o segundo turno da disputa, mas Campello deixou a candidatura a vice de Brant, se uniu a Eurico Miranda e se tornou o vencedor. Hoje, vale destacar, Campello segue como presidente por meio de uma liminar (em primeira instância, o pleito foi anulado, mas, em recurso na segunda instância, foi dado efeito suspensivo - que está para ser novamente julgado a qualquer momento no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).

Caso a Justiça mantenha a suspensão da anulação da última eleição do Vasco, ano que vem haverá a nova eleição. Julio Brant segue como figura representativa. Roberto Monteiro, que já foi aliado de Campello, hoje é presidente do Conselho Deliberativo. Há quem imagine que a ausência de Eurico Miranda nos bastidores coloque mais fogo na política vascaína. Mas outros, não. Como Fernando Horta, que já foi vice-geral de Eurico, mas vivia tempos de afastamento, e não vê perspectiva de mudança significativa no cenário.

- Acho que nada vai mudar. O Vasco tem um presidente atuante que ainda não fez um ano e meio de mandato. Acho que ele continua fazendo um trabalho legal. É o que eu quero e todo vascaíno também. Estamos aqui para apoiar. O trabalho está sendo mostrado, sabemos que a situação é complicada e esperamos que ele faça um bom trabalho. Comigo não tem divisão, só quero um Vasco melhor - revelou, ao LANCE!.

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