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Jogos de Paris

Richarlison 'voa' junto com time, mas Seleção ainda encara turbulências em seu início na Olimpíada

Após início avassalador, equipe de André Jardine esbarra na ansiedade ao concluir jogadas e oscila defensivamente. Mas 4 a 2 sobre Alemanha mostra-se bom teste de nervos

22 jul 2021 - 15h02
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Um torcedor desavisado se surpreenderia ao ver o técnico André Jardine dizer que a Seleção Brasileira merecia uma vitória mais dilatada do que o 4 a 2 sobre a Alemanha no duelo desta quinta-feira, no Estádio Yokohama International. Porém, por mais que a estreia da equipe nos Jogos Olímpicos de Tóquio mostre um arsenal ofensivo relevante, é inegável que ainda há alguns pontos para os canarinhos aperfeiçoarem na competição. E que o teste de nervos traz um passo importante nesta busca pela medalha.

Vitória por 4 a 2 do Brasil sobre a Alemanha teve gosto de 'alívio' (DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Vitória por 4 a 2 do Brasil sobre a Alemanha teve gosto de 'alívio' (DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Foto: Lance!

A personalidade de Richarlison foi essencial para nortear em especial os 30 minutos iniciais irrepreensíveis da equipe. Honrando o posto de "Pombo", não quis alçar voo solo, ao propor jogadas com Matheus Cunha, Antony e Claudinho.

Diante de uma Alemanha que ficou atordoada com a força brasileira, Richarlison marcou seu primeiro hat-trick da carreira com todos os gols de maneira diferente. Abriu 1 a 0 em jogada que nasceu de Matheus Cunha e desembocou em lançamento de Antony até ele. Já o segundo gol veio da perspicácia de Bruno Guimarães ao enxergar Guilherme Arana solto na esquerda, pronto para arriscar cruzamento que o "Pombo" cumprimentou.

No seu terceiro, Matheus Cunha abriu caminho no qual o camisa 10 podia descer pela esquerda até marcar o terceiro, e deixar a impressão de que uma goleada estava à caminho. Contudo, por mais que houvesse ímpeto ofensivo de sobra, uma ansiedade desnecessária começou a perturbar.

O próprio Richarlison chegou a ser vítima dela ao receber o passe e, ao tentar driblar Müller, perder a passada. Com o jogo controlado, Claudinho e Matheus Cunha encontraram brechas para chutar e esbarraram no goleiro. E, no fim do primeiro tempo, o camisa 9, que vinha em uma atuação incansável, cobrou pênalti nas mãos do camisa 1.

O bom potencial ofensivo ficou nítido, uma vez que as oportunidades continuaram a ser empilhadas pelos brasileiros na retomada do jogo. Antony, Matheus Cunha e Claudinho chegavam à área alemã. Só que o Brasil começou a dar sinais de preocupação logo depois.

- A energia estava muito forte, muito alta. Como o professor falou, a gente fez um grande primeiro tempo, tivemos ainda mais chances, podíamos ter feito mais gols, como disse o professor - declarou o volante Bruno Guimarães, em entrevista coletiva.

Por mais que Santos tenha falhado no gol de Amiri, a Alemanha vinha do intervalo em uma crescente. O goleiro brasileiro tinha chegado a ficar apreensivo em chute de Ritcher e o meio de campo estava mais equilibrado.

A liberdade com a qual o próprio Ritcher finalizou em lance salvo por Nino antes da jogada parar nos pés de Amiri expôs uma frouxidão de marcação semelhante a momentos no amistoso com os Emirados Árabes (onde o Brasil lidou com agruras, mas venceu por 5 a 2).

Mesmo assim, sobravam chances da equipe de Jardine diante de Müller, em especial com a expulsão de Arnold. Antony, Diego Carlos e Nino tentaram na mesma jogada. Bruno Guimarães e Matheus Cunha também se desdobraram para superar o goleiro.

Só que, em nova jogada marota, o triunfo que parecia encaminhado quase escorreu pelos dedos e alertou para outra desconfiança. Da liberdade para os alemães avançarem pelo lado direito à forma como Ache encontrou um espaço nas costas de Diego Carlos, o desentrosamento da zaga assombrou outra vez.

Aos trancos e barrancos, em Yokohama a Seleção olímpica teve de passar por um controle de emoções. Afinal, mesmo em vantagem, a equipe em alguns momentos tropeçava nas pernas para concluir jogadas e precisava de atenção redobrada às investidas alemãs.

- O que ficou foi um êxtase inicial, de um início bem feito, acima do esperado. Depois uma certa preocupação, a equipe não encaixar a marcação, gerou muita preocupação e agir rápido para neutralizar e o alívio da grande estreia - disse o técnico André Jardine.

A vitória na estreia foi grandiosa e, sim, merecia um placar mais dilatado pelo que o Brasil apresentou em especial na meia hora inicial. Mas as turbulências não devem ser deixadas de lado até o duelo com a Costa do Marfim.

Lance!
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