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Jogos de Paris

Nory falha, fica fora da final e admite "medo" por críticas

Ginasta era esperança de medalha, mas teve um desempenho ruim na barra fixa e no solo no individual

24 jul 2021 - 09h20
(atualizado às 09h41)
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Esperança de medalha para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Arthur Nory decepcionou. O ginasta não teve um bom desempenho na barra fixa, aparelho em que foi campeão mundial em 2019, e no solo - havia sido bronze na Rio-2016 - e ficou fora da final individual. Após falhar, ele admitiu ter competido com "medo" neste sábado, por causa das críticas que voltou a receber nas redes sociais por causa do episódio de ofensas racistas de 2015 envolvendo o também ginasta Ângelo Assumpção, que é negro.

Arthur Nory deixa Tóquio sem medalha
Arthur Nory deixa Tóquio sem medalha
Foto: Reprodução

"Eu tive muito medo. Eu sempre tive muito medo desde o episódio do racismo, de tudo que aconteceu. Medo de falar, medo de me assumir, medo de tudo. Fico sempre muito acuado, muito 'não, vou pôr o sorriso no rosto', 'vou ser esse Nory', e sempre brigando comigo. Nesses últimos períodos, isso é muito forte", disse afirmou o ginasta.

O ginasta fez apenas uma apresentação razoável na barra fixa, somou 14.133, pontuação insuficiente para ficar entre os oito melhores que se classificam à final do aparelho. No solo, Nory sofreu uma queda, alcançou 12.800 e ficou muito distante das primeiras posições.

Ele reclamou de dores no tornozelo direito. "Em 2016 não passei por isso. Agora, o ódio vem muito grande, vem ameaça, vem tudo e bloqueia, suspende e fica fora para se blindar. É pegar minha família, meus amigos, minha equipe, a comunidade da ginástica e seguir. Foi um ano muito difícil desde o começo, em que tive burnout, depressão e tive que parar um tempo."

A cabeça do ginasta já está em Paris, cidade que vai receber os Jogos Olímpicos, em 2024. "A gente tem de buscar esses erros e melhorar. Assim como no esporte. Mas, no esporte, essa chance é só de quatro em quatro anos. Mas é aprender com isso e melhorar. Para Paris, fazer diferente", finalizou.

Estadão
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